Chile trava projecto mineiro em nome dos pinguins
Tomando uma decisão nem sempre comum, um comité ministerial do Chile chumbou o avanço de um projecto mineiro pela nobre razão de que iria ter um grande impacto ambiental na região de Coquimbo, no norte do país, colocando em perigo uma das maiores populações mundiais de pinguins de Humboldt.
A decisão deste comité, formado pelos ministros da Energia, do Minério, da Agricultura, da Economia, do Meio Ambiente e da Saúde do Chile vem na sequência de um parecer negativo emitido anteriormente pela Comissão de Avaliação Ambiental.
Em declarações feitas ao El Mundo, Marelo Mena, o ministro do Meio Ambiente afirmou: “Sou um adepto do desenvolvimento, mas este não pode ser feito nem à custa do património ambiental, nem pondo em perigo a saúde dos seres humanos.”
A região de Coquimbo não é apenas a casa para mais de 80% da população mundial de pinguins de Humboldt. Aí existem duas importantes reservas marinhas que servem de lar a uma grande quantidade de outras espécies endémicas. A proposta do projecto mineiro previa a construção de uma minha de ferro e cobre com uma produção prevista de 12 milhões de toneladas de concentrado de ferro e 150 mil toneladas de concentrado de cobre.
A medida foi aplaudida por toda a comunidade científica e ecológica. As únicas vozes contra vieram da Sociedade Nacional Mineira, que classificou a medida como política e sem justificação plausível.
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