China diz ser o “país mais decidido” no cumprimento de compromissos climáticos

A China afirmou ontem ser “o país mais determinado, enérgico e eficaz do mundo” no cumprimento das metas de redução de emissões, após o anúncio de novos objetivos climáticos feito pelo Presidente Xi Jinping na ONU.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Guo Jiakun destacou em conferência de imprensa que “é a primeira vez que a China propõe uma meta absoluta de redução de emissões, abrangendo toda a economia e todos os gases com efeito de estufa”.
Segundo Guo, “a determinação e as ações da China para enfrentar ativamente as alterações climáticas tornaram-na constantemente o país mais decidido, enérgico e eficaz no cumprimento dos seus compromissos”.
“Continuaremos a defender o conceito de uma comunidade com futuro partilhado para a humanidade e a fazer todos os esforços para implementar os nossos objetivos”, acrescentou.
O porta-voz citou Xi Jinping, que, numa mensagem em vídeo dirigida à cimeira do clima realizada à margem da Assembleia Geral da ONU, admitiu que cumprir as metas “representa um esforço árduo para a China” e exige “um ambiente internacional sólido e aberto”.
“Estamos dispostos a cooperar com todas as partes para promover a cooperação internacional em matéria de alterações climáticas e impulsionar a implementação plena e eficaz do Acordo de Paris”, disse Guo.
Xi anunciou que, até 2035, a China pretende reduzir as emissões de gases com efeito de estufa entre 7% e 10% em relação ao pico já atingido e assegurar que o consumo de energia não fóssil represente mais de 30% do total.
A organização Greenpeace considerou, porém, que os novos objetivos “ficam aquém”, embora preveja que a descarbonização efetiva do país avance além das metas apresentadas.
“A meta para 2035 oferece poucas garantias de manter o planeta seguro, mas o esperançoso é que a descarbonização real da economia chinesa provavelmente exceda o que está no papel”, afirmou Yao Zhe, conselheira de políticas globais na Greenpeace East Asia.
Segundo a responsável, “a quantidade de energia eólica e solar que está a entrar na matriz energética” sustenta essa expectativa.
A China, maior emissor mundial de gases com efeito de estufa, já tinha estabelecido como objetivo atingir o pico das emissões de dióxido de carbono antes de 2030 e alcançar a neutralidade carbónica antes de 2060.