Cientistas acreditam ter descoberto nova população de baleias azuis pigmeu



No século XX, a caça às baleias, também conhecida por baleação, levou à redução extrema das populações de baleias azuis em todo o mundo. No Hemisfério Sul, aponta-se para uma sobrevivência inferior a 0,15% destas populações.

Categorizadas como “em perigo” de extinção pela Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza, as baleias azuis são mamíferos raros de ser avistados. Agora, uma equipa de cientistas da Universidade de New South Wales, na Austrália, acredita ter descoberto uma nova população de baleias azuis pigmeu no Oceano índico.

O grupo foi detetado devido ao seu canto, através de detetores de bombas da Rede de Estações de Monitorização de Realização de Ensaios Nucleares (CTBTO). O canto das baleias azuis pode chegar entre 200 a 500 quilómetros de distância, e é diferente do das outras espécies.

“As baleias jubarte são como cantores de jazz. Elas mudam as suas canções constantemente. Já as baleias azuis são mais tradicionais. Eles cantam músicas muito estruturadas e simples”, explica Tracy Rogers, uma das autoras do estudo. “As baleias de diferentes regiões mantêm as suas canções distintas. As suas músicas são como uma impressão digital que permite rastreá-las enquanto se deslocam por milhares de quilómetros”.

Se a descoberta se confirmar, esta será a quinta população de baleias da mesma espécie a ser encontrada no Oceano Índico. Como foram encontradas perto do Arquipélago de Chagos, a população foi nomeada “Chagos” pelos especialistas.

“As diferenças sazonais na deteção dos cantos entre os nossos seis locais de gravação sugerem que as baleias Chagos migram do leste para o oeste do Oceano Índico central, à volta do Arquipélago de Chagos, depois mais a leste, até o norte da Austrália Ocidental e, possivelmente, mais a norte, até ao Sri Lanka”, esclarecem os autores.

Os cientistas da Universidade de New South Wales pretendem nos próximos anos confirmar esta descoberta através de observações visuais, algo que, segundo os mesmos, vai levar algum tempo devido à dificuldade de estudar esta espécie.

“As baleias azuis no hemisfério sul são difíceis de estudar porque vivem em alto-mar e não saltam –  não são exibicionistas como as baleias jubarte”, afirma Tracy Rogers.





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