Cientistas criam mapa interactivo da história genética humana
Os traços genéticos deixados pelos guerreiros dos antigos impérios podem ajudar a desvendar segredos de vários séculos sobre o passado de um país. Agora, pela primeira vez, os cientistas mapearam o ADN de 95 populações, incluindo os impactos das guerras, colonização, comércio, migração e escravização genoma dessas populações.
Para tal criaram este mapa interactivo que analisa a mistura de genes nas principais populações da Europa, África, Ásia e América do Sul durante cem eventos históricos dos últimos quatro mil anos. O objectivo é tentar ter uma maior percepção dos capítulos mais importantes da história da humanidade.
O mapa revela assim o impacto genético do colonialismo europeu, o comércio árabe de escravos, o Império Mongol e os comerciantes europeus que operavam perto da rota da seda e que se misturaram com os chineses.
Quando indivíduos de grupos diferentes procriavam, o ADN dos seus descendentes tornava-se uma mistura de ambos os grupos. De acordo com os investigadores, as peças deste ADN foram passadas de geração em geração, embora a quantidade de segmentos de genoma fosse sendo cada vez menor. Ao estudarem o tamanho dos segmentos de ADN nos humanos da actualidade, os cientistas conseguem inferir há quanto tempo é que a mistura de genes ocorreu.
“Cada população tem uma paleta genética particular”, afirma o co-autor do estudo, Daniel Falush, geneticista evolucionário do Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology de Leipzig. “Embora não possamos provar directamente o ADN dos grupos que se misturaram no passado, podemos verificar que muito deste genoma dos grupos originais persiste na grande diversidade do genoma humano dos indivíduos da actualidade”, explica Falush.
Para fazerem um mapeamento, os investigadores utilizaram um sofisticado método chamado “Globetrotter”, que permitiu analisar os dados de 1.490 indivíduos.