Cientistas descobrem a existência de plásticos acumulados em toda a coluna de água no Oceano Atlântico
Existem 51 mil milhões de microplásticos a flutuar no mar – mas a quantidade que se acumula na profundidade, é ainda um mistério. Um grupo de cientistas da descobriu a existência de microplásticos em toda a coluna de água – da superfície ao fundo – na zona sul do Oceano Atlântico. Além disso, percebeu-se ainda que os fracos sistemas de correntes do oceano contribuem para a formação de hotspots em profundidade.
O estudo da Universidade Atlântica da Flórida (FAU) consistiu na recolha de amostras de partículas plásticas presentes no Giro do Atlântico Sul, através de diferentes ferramentas. Os dados demonstram que existe uma diferença na abundância e nos padrões de distribuição devido às características de cada partícula. Polímeros de maior densidade, como as resinas alquídicas, as tintas para cascos de navios e a poliamida, representaram mais de 65% das amostras.
“Os pequenos microplásticos são diferentes dos grandes microplásticos em relação à sua alta abundância, natureza química, distribuição, estágios de intemperismo, interações com ambientes ambientais, biodisponibilidade e eficiência de libertação de aditivos plásticos”, refere o autor Shiye Zhao. “Estas características distintas afetam o seu destino ambiental e os potenciais impactos que têm nos ecossistemas marinhos.”
As pequenas partículas de microplásticos são mais altamente oxidadas e parecem ter uma vida útil mais longa na coluna de água, o que sugere que têm um maior maiores impacto na saúde do ecossistema marinho.
“O nosso estudo destaca a urgência de haver uma maior quantificação dos microplásticos do fundo do oceano, especialmente a de tamanho menor, para se entender melhor a exposição do ecossistema e prever o destino e os impactos desses microplásticos”, afirma o autor e professor Auxiliar de biologia na FAU, Tracy Mincer.