Cientistas descobrem civilização subaquática entre a Escócia e Dinamarca
Equipas de mergulhadores que trabalham com cientistas da Universidade de St. Andrews, na Escócia, descobriram um mundo subaquático escondido em Doggerland, uma gigante área de terra seca que vai da Escócia à Dinamarca. Segundo os cientistas, que estão a chamar “Atlântida britânica” à descoberta, este mundo pré-histórico ficou submerso entre 18.000 A.C. e 5.500 A.C.
O alerta foi dado por mergulhadores de companhias petrolíferas, que descobriram vestígios de civilização a centenas de metros de profundidade – uma área que poderia ter sido o verdadeiro coração da Europa antiga.
Segundo o Daily Mail, uma equipa de climatologistas, arqueólogos, geofísicos começou agora a mapear a área, utilizando dados cedidos pelas petrolíferas, de modo a perceber qual a total extensão da descoberta.
Foram encontrados artefactos, ossos humanos, montes cercados por vales e até troncos de árvores fossilizados.
A pesquisa demonstra que a população que terá vivido nestas terras seria de dezenas de milhares, numa área entre o Norte da Escócia, Dinamarca e as Ilhas Channel.
Ainda de acordo com os cientistas, a civilização terá sido destruída por um tsunami, uma onda que fez parte de um complexo processo que submergiu a área de terras baixas ao longo dos anos.
“Há 20 mil anos parte destas terras estavam cobertas por gelo. Quando o gelo derreteu, ficaram disponíveis mais terras – mas o nível dos mares também subiu”, explicou ao jornal inglês Richard Bates, pesquisador da universidade de St. Andrews.
“Através de muita da informação disponibilizada pelas petrolíferas, sobretudo os mamutes e a rena encontrada, podemos perceber qual a forma da terra. Podemos compreender que tipo de pessoas viviam aqui”, continuou o responsável.
Veja a página de Facebook do projecto.
“As pessoas pensam que a subida do nível dos mares é uma coisa nova – mas é um ciclo na história da Terra, tem acontecido muitas e muitas vezes”, explicou o cientista.
A descoberta deu origem à exposição Drowned Landscapes. “A Doggerland era o verdadeiro coração da Europa, até a subida do nível do mar nos dar a actual costa do Reino Unido”, continuou Bates.
“Há vários anos que especulamos sobre a existência desta terra perdida, pelos ossos encontrados pelos pescadores no Mar do Norte, mas apenas a partir deste trabalho com as petrolíferas é que podemos começar a recriar este cenário”, concluiu.
Os cientistas de St. Andrews já conseguiram perceber qual a flora e fauna, desenvolver uma imagem das pessoas que habitavam aquela região e começar a compreender alguns dos dramáticos eventos que, mais tarde, mudaram a terra, incluindo o aumento do nível do mar e o tsunami.