Cientistas descobriram nova família de plásticos recicláveis por acidente
Uma equipa de cientistas norte-americana desenvolveu uma nova gama de plásticos que são recicláveis e adaptáveis – e toda a descoberta começou com um erro laboratorial.
Esta nova gama inclui plásticos duros e fortes e géis flexíveis que se conseguem consertar se forem rasgados. A descoberta pode conduzir a carros mais baratos e ecológicos, assim como a aviões e equipamentos electrónicos. Esta é a primeira vez que plásticos “termofixos” duradouros foram produzidos de uma forma reciclável.
De acordo com Jeanette Garcia (na foto), investigadora do IBM Almaden Research Center, em San Jose, Estados Unidos, a descoberta da nova classe de plásticos termofixos – a primeira em vários anos – aconteceu de forma acidental, quando um dos três componentes necessários à produção do material foi deixado fora da reacção.
“Tinha este pedaço de plástico e tinha de descobrir o que era”, indica Jeanette Garcia, cita a BBC. “Tive de quebrar o meu balão de fundo redondo [recipiente laboratorial] com um martelo”.
O novo pedaço de plástico, produzido a partir de ingredientes inesperadamente simples demonstrou ser extremamente resistente e estável. Crucialmente, o novo material pode ser digerido em ácido, regressando aos componentes originais. Esta reacção permite a reutilização dos monómeros químicos.
Devido às propriedades duras e leves, os termofixos podem ser aplicados na indústria automóvel e da aviação, sendo frequentemente misturados com fibras de carbono para formar compósitos. Contudo, até agora, nenhum tipo destes plásticos termofixos podia ser reciclado.
De acordo com o director da investigação, James Hedrick, as possibilidades de aplicação do novo plástico são inúmeras e o facto de poder ser reciclado torna a descoberta ainda mais importante. Assim, quando um grande componente de plástico estiver danificado ou atingir o fim de vida útil pode ser reparado ou reciclado. “A possibilidade de retrabalhar poupa quantidades de dinheiro tremendas e diminui os desperdícios”, afirma Hedrick.