Cirurgiões operam em porcos vivos para treinar primeiros socorros cenário de guerra (com FOTOS)



Os cirurgiões do exército britânico estão a participar num programa controverso de treino militar onde operam em porcos vivos para melhor simular o cenário de guerra e poderem aperfeiçoar as técnicas de primeiros socorros.

Os animais são anestesiados e pendurados num esticador – para melhor simular a posição do corpo humano. Depois são baleados e feridos por atiradores, sendo depois transferidos para um teatro anatómico onde os cirurgiões tentam curar os ferimentos dos animais. Contudo, o programa de treino não está a ser feito em solo britânico mas sim na Dinamarca, porque a prática é proibida no Reino Unido a menos que seja concedida uma autorização especial.

O treino foi já descrito como “cruel” pelas associações de defesa dos direitos dos animais, que pediram ao Ministério da Defesa Dinamarquês para que acabe com o programa. Os porcos foram escolhidos para servir de cobaias porque são os anatomicamente mais semelhantes aos humanos.

Posteriormente a serem feridos, os animais recebem cuidado médico como de humanos se tratassem. Porém, tal como os soldados feridos em combate, também os animais têm de esperar que os médicos cheguem ao local, o que significa que durante esse tempo são deixados a sangrar. As associações de animais acreditam que mesmo que os ferimentos sejam tratados com sucesso, os animais são mais tarde abatidos definitivamente.

Um porta-voz do Ministério da Defesa britânico defendeu o envio das equipas médicas para o controverso programa de treinos, afirmando que os simuladores são utilizados sempre que possível. “Os nossos cirurgiões militares passam um treino vital na Dinamarca, onde aprendem tratamentos de trauma especializado que salvam vidas em cenários de guerra”, diz o representante. “Todos os animais utilizados no treino médico são anestesiados antes de serem tratados e, ao participarmos nos exercícios liderados pelo exército dinamarquês duas vezes por ano em vez de realizarmos o nosso próprio treino, minimiza-se o número total de animais utilizados”.

Porém, a PETA UK argumenta que o modo de treino é “arcaico”. “23 dos 28 países da NATO – Albânia Bélgica, Bulgária, Croácia, República Checa, Estónia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Islândia, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Holanda, Polónia, Eslováquia, Roménia, Eslovénia, Espanha, Turquia e Portugal – confirmaram que não utilizam animais em treinos militares. Esta é uma prova clara de que existem métodos disponíveis que não utilizam animais para fins militares e que são preferidos pela maioria dos países. Vários estudos militares e civis já demonstraram que os simuladores que também “respiram” e “sangram” e podem ser utilizados em cenários realísticos de guerra preparam melhor os médicos para tratar ferimentos do que os teatros anatómicos com animais”.

Fotos: PETA

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