Civilização maia pode ter desparecido por causa da seca prolongada
A seca prolongada poderá ter originado a desintegração do sistema político maia, que levou ao posterior colapso de toda esta civilização. A conclusão é de um estudo da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, que estudou um estalagmite com 2.000 anos encontrado numa caverna do Belize, na América Central.
O Belize, recorde-se, foi habitado pelos Maias até há cerca de mil anos. Segundo o estudo, publicado na revista Science, a rocha foi encontrada na caverna Yok Balum, a cerca de 1,5 quilómetros de Uxbenka, uma importante cidade maia. A amostra registou os padrões de chuva, uma vez que as estalagmites se formam quando os depósitos minerais pingam das estalactites, as formações geladas que descem dos tectos das cavernas.
Estes depósitos contêm isótopos de oxigénio, que reflectem a quantidade de chuva sobre a caverna, de acordo com o estudo.
Estas descobertas foram relacionadas com uma linha de eventos históricos no tempo, registados em monumentos e cujas inscrições contam, com detalhes, a história da sociedade, de acordo com a Bloomberg.
Assim, os cientistas descobriram que existiu um período muito húmido, que correspondeu a um aumento da produção de alimentos e a um crescimento da população, entre 40 5e 660 d.C.
Neste período, a civilização Maia alcançou o seu auge, chegando a toda a Guatemala, Belize e partes das Honduras, El Salvador e México.
Porém, nos 400 anos seguintes ocorreram climas de seca. Muitos dos registos mostram um número crescente de guerras neste período, e as grandes cidades deram lugares a locais mais pequenos. A 1010 d.C, uma seca de 90 anos levou ao declínio dos principais centros maias.
Existem outras teorias para o abandono das cidades maias, algo que ocorreu há cerca de mil anos: superpopulação, invasão estrangeira, revolta dos camponeses e a falta de rotas comerciais.