Cobras albinas estão a ameaçar a vida selvagem da Gran Canária



Vários peritos em espécies invasivas vão reunir-se esta semana na ilha da Gran Canária para debaterem a melhor maneira de controlar a propagação de uma variedade albina da serpente-rei-californiana – réptil que costuma ser bastante popular como animal de estimação -, cujo número aumentou consideravelmente nos últimos anos está a dizimar as aves locais e várias espécies de lagartos.

Originalmente trazidas para a ilha como animais de estimação, esta espécie de sobra foi solta ou escapou do cativeiro há várias décadas, indica Ramón Gallo, biólogo que lidera os esforços para controlar a população de serpentes, através de um projecto denominado LIFE+Lampropeltis.

Sem predadores naturais e com um clima costeiro e temperaturas amenas, em tudo semelhantes às condições da Califórnia, as serpentes-rei albinas multiplicaram-se. Nos últimos oito anos mais de duas mil cobras foram capturadas e pensa-se que outros milhares de animais habitem o subsolo da ilha.

Esta espécie de serpente representa pouco perigo para os humanos. Contudo, para a vida animal a situação é diferente, já que ávidos predadores, alimentando-se de aves, pequenos roedores e coelhos pequenos. Particularmente preocupante para os investigadores é o gosto desta cobra pelo lagarto gigante da Gran Canária, uma espécie endémica da ilha. Uma recente comparação entre a população de lagartos nas áreas com cobras e sem cobras revelou um rácio de um para dez. “Isto pode levar à extinção do lagarto”, afirma Gallo, citado pelo Guardian.

Actualmente, a proliferação das serpentes está circunscrita a duas áreas, no leste e noroeste da ilha. As primeiras serpentes desta espécie em liberdade foram avistadas há 20 anos. Contudo, cerca de 70% dos residentes ainda tem medo das cobras. Frequentemente, a população costuma encontrar estas cobras nas gaiolas dos pássaros domésticos, que assaltam para comer as aves.

A reunião de peritos faz parte do projecto para quatro anos, LIFE+Lampropeltis, que tem como objectivo reduzir a população de serpentes albinas para metade. Lançado em 2011 e com um orçamento de mais de €1 milhão, o projecto prevê o ainda o treino de cães e falcões para exterminarem as cobras invasoras, bem como a realização de mais de 200 workshops para ensinar os habitantes locais como matar as serpentes.

Foto:  highlander411 / Creative Commons





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