Coimbra: será que 400 carrinhos de supermercado vão novamente parar ao Mondego?



Há alguns anos que, nos cortejos da Queima das Fitas mas sobretudo da Latada, os estudantes de Coimbra retiram os carrinhos de supermercado destas grandes superfícies e utilizam-nos para levar bebidas, trajes ou até caloiros. No final da festa, os carrinhos são atirados para o rio Mondego, permanecendo no fundo do magnífico rio da cidade do conhecimento.

Em Novembro do ano passado, conta o Público, o problema chegou à atenção de Fernando Paiva, um praticante de windsurf que, num dia em que as águas do Mondego estavam particularmente claras, viu dezenas de carrinhos submersos nas partes mais rasas do rio.

Então, Fernando resolveu agir e retirou 64 carrinhos de água e mais de 150 das margens – estes 214 carrinhos representam mais de três toneladas de plástico e metal. “Demorámos três dias a limpar o rio”, confessou o ambientalista à força ao Público.

Este ano, Fernando Paiva está a fazer tudo para que a sua acção de resgate não se repita e, por sua iniciativa, convocou a câmara municipal, estudantes e hipermercados para discutir possíveis soluções.

No primeiro desfile, o da Queima das Fitas, apenas três carrinhos de supermercado foram atirados ao Mondego. Agora, no desfile da Latada, o objectivo é melhorar a performance, ainda que haja a consciência de que é neste cortejo que o hábito se enraizou entre os estudantes.
Segundo o Público, a motivação de Fernando Paiva já está a dar frutos. A câmara criou seis parques onde os carrinhos poderão ser deixados no final do cortejo, e também serão distribuídos folhetos a chamar a atenção dos estudantes para os parques. Todos terão o slogan: “Não lixes o Mondego”.

“Não queremos criar guerras” – avançou Fernando Paiva ao Público. “Mas apenas fazer entender que isto não tem cabimento nenhum. Andamos com naves especiais a procurar água noutros planetas, e quando olhamos para a nossa atiramos para lá com lixo”, continuou.

Será que é desta que a tradição insustentável – ainda que recente – vai deixar de o ser? Leia toda a história no Público.

Fotos: António Fonseca / Público

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