Combate às alterações climáticas precisa de vontade politica e conhecimento

O combate às alterações climáticas só é possível com vontade politica, conhecimento e investimento em recursos humanos, disse hoje o presidente da Rede de Municípios para a Adaptação Local às Alterações Climáticas (adapt.local).
“Ou é ou não é importante. E, se é, só há uma forma: investir em recursos humanos. Só vontade não chega”, afirmou Vítor Aleixo, que preside também à Câmara Municipal de Loulé.
O autarca e presidente da associação adapt.local falava em Castelo Branco, na sessão de abertura do seminário sobre “Ondas de Calor e a Resiliência das Cidades”, onde manifestou a necessidade de todos estarem à altura da urgência aos “enormes desafios” que são o combate aos fenómenos climáticos extremos.
Vítor Aleixo deu vários exemplos daquilo que tem sido feito e está em execução no concelho de Loulé, no Algarve, com o objetivo de mitigar os problemas climáticos com que se deparam, nomeadamente o calor, as secas extremas e o stress hídrico que “é brutal no Algarve”.
“Temos investido muito e feito um grande esforço no sentido de combater o aumento global da temperatura, nomeadamente em estudos feitos no concelho de Loulé em parceria com a academia”, disse.
Isso permitiu ao município colocar em prática vários projetos que envolvem escolas, Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), Câmara, entre outros parceiros.
“Nos últimos dois anos plantámos 50 mil árvores. Recentemente, fizemos o mapeamento de todo o coberto vegetal do concelho de Loulé, com a georreferenciação das árvores”, explicou.
O município de Loulé tem também em execução o projeto “Árvores que Dialogam com os Cidadãos”, através do qual foram aplicados sensores em 15 árvores e que qualquer cidadão pode consultar através de um código QR que lhe diz de imediato a quantidade de oxigénio que a árvore está a produzir, diferença de temperatura entre estar exposto ao sol e abrigado junto da árvore naquele local e a quantidade de carbono que é sequestrado.
“O objetivo é evoluir para um mercado de carbono em que será possível trocar bilhetes, por exemplo, para um espetáculo no Cineteatro de Loulé”, disse.
Vítor Aleixo explicou ainda que a autarquia a que preside financiou também a instalação de painéis solares para serem colocados em edifícios municipais, lares, escolas e IPSS concelhios.
“Temos imensos projetos a acontecer. Temos instalados quase três megawatt em energia fotovoltaica. Temos investido imenso”, concluiu.
Já o presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco realçou a recente aprovação do Plano Municipal de Ação Climática.
Leopoldo Rodrigues salientou o esforço que a autarquia tem feito na criação de espaços verdes em Castelo Branco, onde o clima é “particularmente agreste, com o verão muito quente e um inverno pouco simpático”.
O autarca realçou também a sua preocupação em relação à “pobreza energética da habitação” em Castelo Branco, sobretudo, nas construções mais antigas.