Combater a desflorestação pode salvar os recifes de coral
O que acontece na terra reflecte-se no mar. Isto tem vindo a ser demonstrado de várias formas, como as grandes zonas mortas no Golfo do México, que ficam assim devido aos fertilizantes usados na agricultura; ou a quantidade de detritos alojados nos rios à medida que os sedimentos escorrem para a água nas épocas das chuvas. Os investigadores alertam mesmo que a forma como tratamos a terra – e os consequentes efeitos disso nos oceanos – é o maior motivo para o declínio dos recifes de coral.
Os comportamentos terrenos são de tal forma preocupantes que o seu efeito chega a ser mais agressivo para os corais do que o próprio aquecimento global. Os investigadores olharam para diferentes cenários de desflorestação e para os efeitos das futuras mudanças climáticas nos recifes de coral de Madagáscar.
Os resultados revelaram que o intenso uso dos solos e a sua desflorestação transformaram fortemente as bacias hidrográficas, sendo mesmo vistos como grandes ameaças à Grande Barreira de Coral e outro locais, revela o Treehugger. Gerir de melhor forma o uso das terras no interior deve ser, portanto, a principal aposta para garantir que os corais conseguem crescer.
“Inibir a poluição de sedimentos nos recifes de coral é uma das principais recomendações para ganhar tempo para que os corais sobrevivam ao aquecimento dos oceanos e aos branqueamentos, no futuro”, defende Jens Zinke, do Oceans Institute. “Os nossos resultados mostram claramente que a gestão do uso da terra é a mais importante acção política necessária para prevenir maiores danos e preservar o ecossistema dos recifes.”
A verdadeira questão que se coloca é como alcançar uma gestão sustentável e segura do uso dos solos com vista à protecção da vida marinha. Sem objectivos e acção imediata, conhecer unicamente esta relação causal não será suficiente para dar tempo de desenvolvimento aos recifes de coral do mundo.