Combustíveis fósseis: Poluição do ar causa 5 milhões de mortes prematuras mundialmente todos os anos



A poluição do ar causada pelos combustíveis fósseis queimados por indústrias, centrais de produção de energia e pelos transportes será responsável por 5,1 milhões de mortes prematuras todos os anos a nível mundial.

A conclusão é de um estudo de investigadores de vários países europeus e dos Estados Unidos da América, que, num artigo publicado na revista ‘BMJ’, dizem que as mortes causadas por essa fonte representam 61% do total estimado de 8,3 milhões de mortes em todo o mundo associadas à poluição do ar exterior em 2019, como exposição a partículas finas e concentrações excessivas de ozono à superfície.

E argumentam que essas fatalidades poderão, provavelmente, ser evitadas se os combustíveis fósseis forem substituídos por energias limpas e renováveis.

Os autores sugerem que este número agora apresentado supera muitas estimativas anteriores e que o abandono dos combustíveis fósseis poderá, assim, ter um impacto positivo muito maior na mortalidade precoce do que antes de pensava.

De acordo com o estudo, o maior número de mortes devido a poluição do ar causada por todas as fontes foi encontrado na Ásia, com a China a liderar o ranking com 2,4 milhões de mortes por ano, seguida pela Índia, com 2,18 milhões de mortes.

Os cientistas apontam que, nos países com maiores rendimentos, “cerca de 460 mil mortes anuais poderiam ser potencialmente evitadas pela redução do uso de combustíveis fósseis, representando perto de 90% das mortes potencialmente evitáveis de todas as fontes antropogénicas de poluição do ar ambiente”, explicam em comunicado.

Numa altura em que no Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, decorre a 28.ª sessão da Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, a COP28, e que tem na agenda de trabalhos a redução as emissões e da energia fóssil, os investigadores aproveitam para dizer que “a substituição dos combustíveis fósseis por fontes de energia limpa e renovável poderá ter co-benefícios tremendos para a saúde pública e para o clima”.

E dizem que evitar as mortes precoces é apenas um dos lados do abandono desse tipo de energia. “Melhor qualidade do ar poderá reduzir o peso de várias grandes doenças”, algo que, asseguram, “levará a vidas mais saudáveis e mais longas”. Assim, menos doenças significa também menos pressão sobre os sistemas de saúde em todo o mundo.

“Os benefícios do abandono progressivo dos combustíveis fósseis para a saúde global, além do clima, devem ser reconhecidos e desempenhar um papel central na condução das discussões na COP28”, avisam, salientando que “reduções significativas das emissões de poluição do ar, sobretudo através do abandono progressivo dos combustíveis fósseis, poderá ter grandes e positivos resultados para a saúde”.





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