Comissão Europeia: Portugal será “peça-chave” no desenvolvimento de baterias na UE



Portugal será “uma peça-chave” no desenvolvimento tecnológico e produção de baterias, frisou esta terça-feira o vice-presidente da Comissão Europeia (CE) Maroš Šefčovič, que também destacou a importância da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE) na regulação.

“Tenho a certeza absoluta de que Portugal vai ser uma peça-chave desta nova indústria que está a ganhar forma na Europa”, disse aos jornalistas Maroš Šefčovič, no final de uma reunião com os ministros de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, em Lisboa.

O também comissário europeu das Relações Interinstitucionais e Prospetiva acrescentou que “graças à presidência portuguesa” do Conselho da UE está a ser possível “avançar” no “trabalho de regulação sobre as baterias, que vai levar às baterias mais verdes, seguras e eficazes do mundo”, que acredita que “se vão tornar no padrão para os produtores mundiais”.

O vice-presidente da CE explicitou que o último ano “foi difícil para todos” por causa da pandemia, no entanto, 2020 foi o “ano da mobilidade elétrica”, uma vez que foram vendidos “mais veículos elétricos na Europa do que na China”.

O investimento no setor das baterias “foi de mais de 60 mil milhões de euros, três vezes maior do que o nível de investimento neste setor na China”, acrescentou. Um dos objetivos agora é conseguir produzir baterias suficientes para abastecer “entre seis ao oito milhões de carros até 2025.

A reunião decorreu no âmbito da Aliança Europeia para as Baterias, um setor onde “o esforço” de Portugal “é único e especial”, já que o país tem “um ‘mix’ energético dos mais limpos e renováveis”.

Em consonância com o Maroš Šefčovič, o ministro da Economia português referiu que “a Portugal não interessa ficar apenas com as componentes de menor valor acrescentado”, razão pela qual é necessário “mapear” a capacidade que o país tem em “toda a cadeia de valor”, desde a refinação das matérias-primas, produção de células para as baterias, a produção de baterias e, eventualmente, a reciclagem “de baterias que cheguem ao final de vida”.

O que falta, neste momento, é a “capacidade de investir”, porque a tecnologia “precisa ainda de muito investimento” no que diz respeito à investigação, para depois haver uma articulação com a cadeia de valor.

Uma “componente crítica”, prosseguiu Siza Viera, é “o acesso ao financiamento, para o qual também as instituições europeias têm a possibilidade” de apoiar o país.

“A indústria automóvel na Europa funciona em rede, entre grandes fabricantes e múltiplos produtores de componentes, e, obviamente, aquilo que queremos assegurar é que os nossos esforços se integram nessa rede, como atualmente a indústria automóvel portuguesa já nela se integra”, explicou.





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