Como a ecopista do Dão está a trazer novos turistas a Viseu, Tondela e Santa Comba (com VÍDEO)

Em 1988, a linha do Dão, antiga linha ferroviária entre Santa Comba Dão e Viseu, foi desactivada – como muitas outras em Portugal, infelizmente. Em 2011, porém, esta infra-estrutura ganhou uma nova vida, como uma das mais belas ecopistas da Europa.

Esta infra-estrutura faz parte de um plano nacional de ecopistas, desenvolvido pela Refer em colaboração com várias autarquias portuguesas e que une a mobilidade ciclista ao turismo, ecologia e ambiente. E história – muito do Portugal profundo encontra-se aqui. Dos mais de 700 quilómetros sinalizados para o projecto, 280 já estão em funcionamento.

A ecopista do Dão é a maior do País e passa por Viseu, Tondela e Santa Comba Dão. “É um percurso que tem uma parte muito urbana dentro da cidade de Viseu, cerca de oito quilómetros. Depois parte para a natureza e vai encontrar ribeiras, rios, vegetação muito diversa”, explicou ao Economia Verde Carlos Marta, presidente da Comunidade Inter-Municipal de Dão-Lafões.

A ecopista é sobretudo utilizada pela comunidade local, mas começa já a atrair turistas portugueses e estrangeiros. “A ecopista tem sido um importante equipamento para a promoção da nossa região e há cada vez mais gente do exterior a percorrê-la. Isso traduz-se na criação de riqueza”, explicou Carlos Marta.

Restaurantes, hotéis, bares e oficinas de bicicletas são apenas alguns dos negócios que estão a ganhar com esta ecopista – que foi recentemente considerada a terceira melhor da Europa.

Segundo a Refer, há outras oito ecopistas, por todo o país, que reaproveitaram antigos troços ferroviários. João Rocha, da Refer, diz que para além da promoção da bicicleta, um dos objectivos deste projecto é garantir a preservação do canal para uma eventual reutilização futura. Por muito que gostemos da mobilidade de duas rodas, esta seria uma excelente notícia para as comunidades locais e turismo: o regresso do comboio a locais de onde ele nunca deveria ter saído.

Veja o episódio 159 do Economia Verde.