Como as bicicletas podem aproximar (ainda mais) Lisboa e São Francisco (com VÍDEO)



Cerca de 80% das ruas de Lisboa são planas e podem ser facilmente pedaladas, um cenário idêntico, por exemplo, ao de São Francisco, na Califórnia, Estados Unidos, fazendo, destas duas cidades, também irmãs nas oportunidades para a mobilidade sustentável – já o são nas pontes suspensas, eléctricos e colinas.

Foi esta semelhança que levou o vice-presidente da Agência de Transportes de São Francisco, Timothy Papandreou, a aceitar o convite da Direcção Municipal de Mobilidade de Transportes de Lisboa para participar numa conferência sobre… bicicletas.

“Lisboa pode seguir o nosso processo, o programa pode ser muito semelhante. Primeiro é preciso testar e experimentar as coisas, e depois acrescentar na medida do que é possível”, explicou Papandreou.

E que processo é este? O boom do uso da bicicleta em São Francisco ocorreu em 2007, com o eclodir da crise mundial, que levou muitas pessoas a começar a utilizar meios de transporte mais económicos que o automóvel.

Esta cidade californiana tinha, na altura, uma rede pobre e degradada de ciclovias, que não impediu, porém, que cada vez mais pessoas trocassem o carro pela bicicleta. Apercebendo-se da ocorrência e do incremento do uso deste meio de transporte, a SFMTA lançou há quatro anos um plano para remodelar o sistema e rede de transportes públicos de São Francisco.

O sistema de transportes desta cidade norte-americana compreende metro, rede comboios, táxis, autocarros, sistema de partilha de carros eléctricos, de scooters e de bicicletas, que servem a população da Bay Area – com cerca de sete milhões de habitantes. As autoridades estimam que a população continue a aumentar nos próximos anos e, como tal, é necessário dar resposta à crescente procura de meios de transporte.

“Os negócios locais são bem-sucedidos porque as pessoas estão a comprar e mantêm o dinheiro na cidade. É uma boa oportunidade e ficam todos a ganhar. Mas temos de tomar a decisão para fazermos as devidas mudanças”, continuou o responsável.

Sobre as ciclovias, Papandreou deixou uma crítica. “São precisas mais extensões de estrada [para as bicicletas]. Mas acho que não precisavam de gastar dinheiro em grandes infra-estruturas. Basta a tinta, é rápido e barato. É assim que se fazem as coisas”, concluiu.

São Francisco pretende que o seu sistema de partilha de bicicletas atinja 10% das viagens da cidade em 2018. Em Lisboa, este sistema atinge apenas 1%, bem abaixo da meta de São Francisco. Veja a passagem de Timothy Papandreou por Lisboa no episódio 243 do Economia Verde.

Fotos:  Nico Kaiser /  Prayitno/more than 2.5 millions views: thank you! / Creative Commons





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