Como as cotadas portuguesas e espanholas encaram as alterações climáticas?



As maiores empresas portuguesas e espanholas preocupam-se com as alterações climáticas, incorporando as medidas para as minimizar na sua estratégia de negócio. Esta é a principal conclusão do Iberia 125 Climate Change Report 2012, que foi divulgado na semana passada em Lisboa e que analisou a gestão do fenómenos das alterações climáticas nas maiores cotadas portuguesas (40) e espanholas (85).

No relatório destaque para a Caixa Geral de Depósitos (CGD), que é a única empresa portuguesa distinguida pelo seu contributo para uma economia de baixo carbono – o Carbon Performance Leadership Index (CPLI), que destaca as empresas que demonstraram ter uma abordagem estratégica forte no combate às alterações climáticas e redução de emissões.

No ranking, a CGD obteve a classificação máxima – A – no rating de performance, juntamente com outras cinco empresas espanholas: Abengoa, Acciona, Ferrovial, Gas Natural e Iberdrola.

Leia o relatório.

Este índice internacional de referência, considerado um dos ratings mais credívei do mundo, é um instrumento de análise para os investidores institucionais. Estas seis empresas ibéricas, entre as quais a CGD, estão representadas no CPLI com base na análise do CDP 2012. A CGD é a também a primeira empresa portuguesa a ser apurada para constar no índice.

“[Este relatório] mostra que a relevância das alterações climáticas no processo de tomada de decisão das grandes empresas portuguesas e espanholas não diminuiu. Pelo contrário, quem teve boas performances em 2011 melhorou os seus resultados”, explicou o CEO da ONG ECODES, Victor Viñuales.

O estudo dá ainda à CGD a liderança em performance entre as entidades do sector financeiro da Península Ibérica, tendo ainda o 4.º melhor resultado entre todas as empresas ibéricas.

“Esta distinção deve-se à implementação contínua de objectivos e acções para a redução de emissões de GEE, com foco particular na eficiência energética, mobilidade dos colaboradores, gestão de resíduos, reutilização de recursos e minimização do desperdício”, revela o estudo.

O Carbon Disclosure Project é uma organização internacional que fornece o único sistema global para que empresas e cidades possam medir, divulgar, gerir e partilhar informação ambiental relevante.

O CDP aproveita o poder das forças de mercado, incluindo 655 investidores institucionais com activos de €60,3 mil milhões (R$ 161,7 mil milhões) para recolher informação das empresas sobre as suas emissões de gases com efeito de estufa e avaliação de oportunidades e riscos decorrentes das alterações climáticas e water risk.

O CDP detém actualmente a maior base de dados sobre água e alterações climáticas, colocando esses insights no centro das decisões estratégicas de negócio, investimento e política.

“Mesmo em alturas de recessão económica, as empresas estão a conseguir encontrar mais oportunidades que riscos nas mudanças climáticas, sobretudo a curto prazo. A eficiência dos recursos tornou-se numa decisão estratégica de sobrevivência para muitas empresas”, explica o estudo.

“As empresas com maior eficiência de recursos não só obtêm melhores resultados financeiros como [utilizam] a eficiência energética para reduzir o consumo e custos, diminuindo as emissões de carbono”, revelou o estudo.





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