Como criar pastagens mais produtivas e, com isso, combater as alterações climáticas? (com VÍDEO)



Há 10 meses publicámos uma reportagem sobre a Terraprima, um projecto desenvolvido de raiz em Portugal para combater as alterações climáticas. Hoje fazemos o balanço de quase um ano de actividade de um dos projectos mais interessantes dos últimos anos no nosso país.

A ideia é simples: através das pastagens semeadas biodiversas origina-se um aumento da matéria orgânica no solo, proporcionando um aumento da retenção de água e a fertilidade do solo.

“Espécies como o trevo subterrâneo ou serradela, associadas a algumas grainhas, melhoram a estrutura do solo, evitam a erosão e dão uma maior rentabilidade ao sistema”, explicou ao Economia Verde António Martelo, da Rural Consultancies.

Este sistema, que introduz diferenças nas pastagens, nasceu no Instituto Superior Técnico e completou-se na Terraprima. A diversidade de espécies permite uma maior retenção de dióxido de carbono no solo.

“Há plantas que produzem mais no Inverno, outras na Primavera. Com esta diversidade temos uma pastagem mais produtiva e retiramos mais dióxido de carbono da atmosfera”, afirmou Tiago Domingos, o director da Terraprima.

É da atmosfera que as várias espécies de trevo retiram azoto e se transformam em matéria orgânica. O pasto torna-se assim mais nutritivo e garante a alimentação dos bovinos da Companhia das Lezírias durante todo o ano.

À maior produtividade associam-se os custos reduzidos e vantagens económicas. Para os produtores, o próximo passo é a certificação da carne proveniente destas pastagens.

O Fundo Português de Carbono garante um subsídio a todos os agricultores aderentes, numa área hoje superior a 50 mil hectares. Em 2010, quando o projecto arrancou, havia 280 agricultores aderentes – hoje são mais de mil. Para quando a internacionalização do projecto?

Foto: Jose Roberto V Moraes / Creative Commons





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