Como é que surgem as riscas brancas do peixe-palhaço?



O peixe-palhaço (Amphiprion percula) é um dos peixes mais conhecidos e acarinhado por várias gerações, graças ao filme da Pixar “À procura de Nemo”. Mas ao contrário do que se possa pensar, este peixe não nasce com as suas famosas riscas brancas. Então, como se dá este processo?

Um novo estudo do Centro de Pesquisa Insular e Observatório Ambiental (CRIOBE) , investigou precisamente como e quando nascem estas riscas na espécie. Os cientistas chegaram à conclusão de que a velocidade com que estas se formam depende da espécie de anémona em que o peixe vive, e que as hormonas produzidas pela tiróide influenciam a rapidez com que estas aparecem.

Os dados indicam também que os peixes juvenis que viviam na anémona-gigante (Stichodactyla gigantea) desenvolveram as usas riscas mais rapidamente do que os que viviam na anémona-do-mar (Heteractis magnifica). Esta diferença deve-se ao facto de na primeira espécie de anémona os níveis de hormonas da tiróide serem superiores, graças a um gene chamado duox.

Apesar da equipa não ter ainda uma certeza, consideram que a diferença pode estar no facto da anémona-gigante ser mais tóxica, o que pode provocar maiores níveis de atividade das hormonas devido ao stress.

O peixe-palhaço vive em anémonas, nos recifes de coral. Desde o momento em que é uma larva, até se dar a sua metamorfose e transformar em um peixe, é lá que cresce. “A metamorfose é um processo importante para o peixe-palhaço – muda sua aparência e também o ambiente em que vive, porque as larvas do peixe-palhaço deixam a vida no oceano aberto e instalam-se no recife” afirma Vincent Laudet, um dos autores do estudo. “Entender como a metamorfose muda dependendo da anémona do mar hospedeira pode ajudar-nos a responder a perguntas não só sobre como eles se adaptam a esses ambientes diferentes, mas também como podem ser afetados por outras pressões ambientais, como as alterações climáticas”, conclui.

Fontes: Revista Science e Universidade de Pós-Graduação do Instituto de Ciência e Tecnologia de Okinawa (OIST).





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