Como os robôs vão piorar a vida da maioria da população



Os robôs poderão tornar-se verdadeiros monstros Frankensteinianos, que destroem empregos a grande velocidade, reduzem os salários da maioria da população e, à medida que vão ganhando uma nova inteligência, roubam oportunidades aos mais jovens e aumentam os lucros de uma pequena parte da população.

Esta é uma das várias teorias abordadas pelos autores Erik Brynjolfsson e Andrew McAfee, do MIT, no seu novo livro The Second Age Machine. O livro foi hoje analisado por Martin Wolf, do Financial Times, e as principais ideias circulam entre o interessante e o assustador.

De acordo com Wolf – que se baseia sempre no livro –, o futuro vai trazer-nos duas certezas: a criação de máquinas cada vez mais inteligentes e a ligação de todos os humanos através de uma rede digital que vai transformar a economia do planeta: inovadores, empreendedores, cientistas, pensadores e outro tipo de geeks vão tirar vantagens deste factor para construir tecnologias que nos deixam boquiabertos, que nos vão entreter e trabalhar para nós – esta última parte poderão não ser tão agradável.

Segundo os autores do livro, muitas das rotinas actuais do cérebro humano serão computorizadas. “Trabalhos de rendimento médio podem ficar ainda mais reduzidos. Haverá rendimentos ainda mais polarizados, com um pequeno número de vencedores no topo e um grande grupo a tentar sobreviver, lá em baixo”, explica Wolf.

Em 2012, 1% dos norte-americanos ganhava 22% de todo o rendimento do País, mais do dobro do que a mesma situação nos anos 80. No futuro, esta diferença pode tornar-se ainda maior.

“Há muitas razões para as pessoas se preocuparem”, frisa Wolf. A vida de quem está na base da pirâmide dos rendimentos irá piorar. Em primeiro lugar, a esperança de vida de uma mulher branca americana sem acabar o liceu desceu cinco anos entre 1990 e 2008. Depois, se a diferença de rendimento se tornar cada vez maior, as oportunidades para os jovens vão escassear.

Finalmente, os mais ricos poderão tornar-se (ainda mais) indiferentes ao destino dos restantes cidadãos.

Os autores do livro dizem que estas diferenças se tornarão cada vez maiores, também devido às máquinas e robôs. “Temos grandes desafios à nossa frente, agora e no futuro, para que estas máquinas não se transformem em monstros Frankensteinianos”, explica Wolf.

A evolução das máquinas terá implicações nas políticas públicas para os direitos de propriedade, educação, taxas e outras medidas governativas que promovem o bem-estar humano. E este é um tema que terá de estar, cada vez mais, nas agendas dos Governos, principalmente dos em elevados estados de desenvolvimento.

Foto:  DerrickT / Creative Commons





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