Como se desmantela um parque eólico? Em Portugal, o processo já começou.
No final de 2011, a Recifemetal foi responsável pelo desmantelamento do primeiro parque eólico obsoleto em Portugal. O parque em questão – de Vila do Bispo – tinha sido construído em 1998 e era constituído por 18 aerogeradores de 500 kW de potência unitária.
O parque eólico, porém, continua activo. Detido pela Iberwind, o parque renovou os aerogeradores e aproveitou a operação para aumentar a sua potência em cerca de 20%.
“É uma operação exemplar, que deverá ser a primeira de várias”, explicou o jornal Água & Ambiente. Na verdade, e tendo em conta a quantidade de parques eólicos em solo português, este deve ter sido o primeiro de muitos a serem desmantelados.
Para toda a operação, que incluiu a valorização a 100% dos materiais, a Iberwind investiu €13 milhões (R$ 30 milhões). Leia toda a história deste desmantelamento no site da Recifemetal.
“[Os equipamentos foram desmontados em fracções de grandes dimensões], que puderam depois ser transportadas para a unidade da Ambitrena, onde se concluiu o processo de desmantelamento, com a separação de várias fracções constituintes dos equipamentos removidos”, explicou o responsável técnico da Recifemetal pela operação, Pedro Curto.
Os resíduos foram depois levados para as instalações da Ambitrena, do mesmo grupo da Recifemetal, uma unidade dotada de “recursos e sistemas de protecção ambientais que, obviamente, não existiam no parque eólico”.
Com a máxima protecção ambiental garantida, a Ambitrena teve que mobilizar uma grua de rastos com 200 toneladas de capacidade, assim como uma lança que pode atingir os 90 metros.
O Parque Eólico de Lagoa Funda tinha 18 aerogeradores implantados, que foram desmantelados na íntegra, de forma a possibilitar a implantação do novo projecto – seis novas turbinas eólicas de última geração, que já se encontram em funcionamento e duplicaram a produção de energia eléctrica.
No total, foram desmanteladas e tratadas cerca de mil toneladas de materiais, dos quais a fracção metálica era maioritária. Isto permitiu que a valorização dos resíduos tenha atingido quase 100%, segundo Pedro Curto.
Com a mesma idade do Parque Eólico da Lagoa Funda encontram-se os parques Picos Verdes I, também no distrito de Faro – com quatro aerogeradores e uma potência de 600 kW; Pena Suar, no Porto, com 16 MW, e 20 torres eólicas; Portal da Freita, em Vila Real, com 0,5 MW, e apenas um aerogerador; Vila Lobos, em Viseu, com 10 MW e 20 unidades eólicas.
Anteriores são o Parque de Fonte da Mesa, em Viseu, em funcionamento desde 1996, com 10,2 MW, e cerca de 17 aerogeradores, detido pela EDP Renováveis; e o parque de Sines, com 1,8 MW, que entrou em funcionamento em 1991, com 12 torres.
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