ComparaJá analisa setor da energia elétrica em Portugal e destaca impacto das novas comercializadoras
O mercado energético em Portugal está a passar por uma fase dinâmica, impulsionada pelas novas comercializadoras que, graças aos seus preços competitivos, estão a conquistar espaço num mercado liderado pela EDP Comercial.
Os últimos dados da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), que regula os setores da eletricidade, do gás natural e do gás de petróleo liquefeito, davam conta que a EDP dominava os mercados liberalizado e de consumo, com uma quota de 68,9% e de 65,4%, respetivamente.
No entanto, em comparação com 2022, houve um decréscimo de 4,8% no número de clientes da EDP, o que revela que o mercado pode estar a mudar. “Há comercializadoras a praticar hoje preços muito mais competitivos, que estão a agitar o mercado energético em Portugal. Esta situação é claramente benéfica para o consumidor, que dispõe de mais opções, quer em relação ao número de fornecedores, quer ao nível da variação de preços”, explica Regina Xavier, Managing Director de Energia, do ComparaJá.
A segunda maior comercializadora de eletricidade em Portugal é a Endesa, com 11% dos clientes e 12,1% de consumo. A Endesa e a Iberdrola foram as comercializadores com a segunda e a terceira maiores percentagens de captação de clientes face à sua carteira, tendo ganhado, respetivamente, 23% e 10% dos clientes que mudaram de fornecedor, o que se traduziu em ganhos líquidos de aproximadamente 0,9% nas carteiras de ambos.
“Os consumidores estão cada vez mais despertos e conscientes das ofertas dos diferentes players do mercado, ainda que muitos deles, por uma questão de conveniência, se mantenham no principal fornecedor de eletricidade. Mas os números mostram que o mercado está cada vez mais competitivo e atrativo para o próprio consumidor”, realça Regina Xavier, acrescentando que acredita que “esta será uma tendência que vai continuar”.
Apesar da EDP Comercial ter anunciado recentemente uma descida de 15% na fatura de energia para o início de 2024, continuará a ser a comercializadora com os preços mais elevados, quando comparada com comercializadoras mais recentes, em que se destacam a Repsol e a italiana Eni Plenitude, com preços bastante mais atrativos.
A Repsol, companhia espanhola que entrou no mercado da energia elétrica há cerca de um ano em Portugal, pretende alcançar os 2 milhões de clientes na Península Ibérica até 2025. O preço de eletricidade Plano Leve Mais é de 0,135333 €/kWh na tarifa simples com desconto de 3%. Já a Eni Plenitude apresenta o preço de eletricidade de 0,116744 €/kWh com uma taxa fixa de 15% de desconto, visando conquistar clientes da concorrência.
É de salientar ainda que o preço da energia oscila ao longo do ano e, da mesma forma que os consumidores podem mudar de fornecedor a qualquer altura (à exceção de casos com especificações nos contratos), as comercializadoras também podem ir alterando os seus preços regularmente. “É fundamental que o consumidor faça uma comparação entre todas as ofertas disponíveis no mercado com alguma frequência de modo a encontrar a melhor opção para as suas necessidades e orçamento”, frisa Regina Xavier.