Compensa pagar mais pelos alimentos orgânicos?



Alimentação orgânica ou (a chamada) convencional? Qual prefere? Bom, certamente que a maioria de nós preferiríamos, caso a escolha fosse tão linear, a orgânica. No entanto, e de acordo com o jornalista Jeffrey Kluger, da revista Time, existem três factores decisivos que nos levam a esta decisão.

O nosso corpo, explica Kluger, faz rapidamente a sua própria escolha: carne, gorduras, açúcar e sal. E não quer saber se esta alimentação é produzida localmente, de forma sustentável ou sem pesticidas, como é óbvio.

O nosso doutor, continua Kluger, preferirá outro tipo de alimentação – provavelmente mais rica em vegetais ou frutas -, e por fim, existem os “puristas” da comida orgânica, que preferem, claro está, a alimentação orgânica.

O ideal? Como dissemos, o ideal seria preferir a alimentação orgânica, trocar a comida processada pela fresca e os supermercados pelos mercados de agricultura biológica.

Mas os números indicam-nos outra realidade. De acordo com a Time, a alimentação orgânica corresponde a apenas 3% do mercado norte-americano, enquanto nos países europeus esta percentagem se encontra, consoante os casos, entre um e os 7%.

Na Ásia, China, Tailândia, Singapura, Malásia e Índia estão a consumir cada vez mais refeições orgânicas. Se Pequim organizou, pela primeira vez, um mercado de agricultura orgânica, na Índia o consumo de alimentação orgânica aumentou 200% nos últimos dois anos.

Outros dos dados revelados pela Time não são, certamente, uma grande novidade. De acordo com o Centers for Disease Control and Preventing, sedeado em Atlanta, 27% dos norte-americanos são considerados obesos, sendo que países como a Alemanha, Finlândia ou Reino Unido não estão muito atrás destes números.

A Time compara também quatro produtos – ovos, leite, carne e frutas e vegetais –, argumentando os prós e contras de escolher orgânico ou convencional.

Os orgânicos vencem 3-1 (ovos, leite e carne são seguramente melhores em “formato” orgânico, mas as frutas e vegetais podem ser as convencionais). Em síntese, os produtos tradicionais são sempre mais baratos, mais disponíveis e, no caso da carne, mais saborosos.

Os ovos e as frutas orgânicas são mais saborosas, e os quatro produtos até são mais sustentáveis, mas há sempre o problema do preço e da disponibilidade.

Assim, a alimentação orgânica carrega consigo dois problemas. O primeiro está relacionado com as prioridades dos países em desenvolvimento, que estão muito mais preocupados com a segurança alimentar. O segundo é o preço.

De acordo com a Time, a comida ecológica pode custar mais 700% que a dita convencional. Sendo assim, quem a consegue pagar?

A sugestão do Green Savers? Transformar-se, o próprio leitor , no agricultor. E, mesmo que viva na cidade, agora já não tem desculpa para não o ser. Ora reveja aqui.

Entretanto, podemos sempre ajudar a desenvolver os movimentos locais de agricultura e encontrar a receita certa entre produtos orgânicos e tradicionais. A resposta, aqui como em várias decisões na nossa vida, encontra-se algures no nosso senso comum e responsabilidade social e ambiental.

E afinal, compensa pagar mais pelos alimentos orgânicos? Sim, compensa, mas nem sempre é possível fazê-lo.

Leia o texto da Time.





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