Compras online: Europeus queixam-se da falta de espaço nos contentores
Com a chegada da pandemia da Covid-19 e os sucessivos confinamentos em toda a Europa, as compras online começaram a ganhar muitos adeptos.
Um novo estudo da DS Smith, empresa de packing sustentável, confirma esse crescimento e revela que 70% dos europeus afirmam estar a ficar sem espaço nos contentores. Quase metade diz ainda ser algo comum a cada duas semanas ou mais.
Em causa está não só o crescimento das compras online, que são entregues em diversas embalagens, como o aumento do teletrabalho e do tempo que os consumidores passam em casa. Outro ponto levantado pela empresa é o facto das infraestruturas de reciclagem da União Europeia não estarem preparadas para o atual volume de reciclagem doméstica.
Como assim o confirmam, 66% dos inquiridos diz comprar mais online desde o confinamento inicial de março de 2020, e 82% planeia continuar a fazer compras desta maneira.
Relativamente aos contentores de reciclagem, quase metade dos entrevistados disseram que estes deveriam ser maiores e 24% admitiu ter colocado resíduos noutro contentor quando o correto não tinha espaço.
É necessário assegurar que temos “a infraestrutura certa para lidar com a reciclagem das mesmas”, afirma a DS Smith. Como forma de sensibilizar para esta problemática, a empresa criou um ecoponto do tamanho que seria necessário atualmente:
Javier Innerarity, Diretor de Operações da DS Smith Recycling Ibéria, refere: “Visto que muitas destas mudanças parecem ter vindo para ficar, incluindo os nossos novos hábitos de reciclagem, devemos garantir que o nosso sistema de recolha nos permite reciclar material da melhor qualidade possível nas nossas casas. Embora se esteja a fazer um grande esforço para reciclar em casa, uma das chaves para atingir os objetivos europeus de reciclagem é a qualidade dos materiais que chegam às unidades de reciclagem”.
Por fim, 81% dos europeus demonstrou preocupação com o impacto do excesso de resíduos no meio ambiente, e 71% disse concordar com a urgência de mais informações sobre o que se pode ou não reciclar. Por fim, quase metade revelou que vai tentar utilizar mais embalagens em cartão ou produzidas à base de papel, em vez de embalagens em plástico, porque se reciclam mais facilmente.
“Embora seja necessária uma infraestrutura de reciclagem que consiga responder ao aumento de material doméstico para reciclar, é vital que os consumidores tenham as informações necessárias para poder separar os materiais corretamente na origem e, assim, assegurar que a qualidade da matéria-prima recolhida seja ótima para a sua posterior reciclagem”, sublinha Javier Innerarity.