Concluir canil em Viana do Castelo vai custar mais 76 mil euros devido ao incêndio
A Câmara de Viana do Castelo aprovou ontem, por unanimidade, atribuir mais 76.200 euros para terminar a construção de um centro de acolhimento e bem-estar animal que, em julho, foi incendiado, caso que ainda está a ser investigação.
Na apresentação da proposta de trabalhos complementares naquele projeto, o presidente da Câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, afirmou que a “brincadeira”, referindo-se ao fogo que danificou a obra, “vai custar ao erário público mais de 76 mil euros”.
“Esta é a consequência que aquela brincadeira teve sobre todos nós”, disse o autarca socialista, adiantando que a Polícia Judiciária continua a investigar a origem do incêndio no centro de acolhimento e bem-estar animal, em construção, na freguesia de Cardielos.
A oposição, pela voz do vereador do PSD Paulo Vale, lamentou a situação, que, disse, “resultou num prejuízo para o município apenas para reparar os estragos efetivos para garantir o reinício da obra”.
Em julho, o comandante dos Bombeiros Sapadores de Viana do Castelo, António Cruz, disse que o fogo destruiu “grande parte do sistema de tubagem para instalação de cabos elétricos e saneamento”.
Na ocasião, Luís Nobre referiu que “o nível de execução da obra, sem infraestruturas elétricas em carga, aponta para um forte indício de que a fonte de calor que originou o incêndio tenha sido externa, premeditada”.
Referiu que se o resultado da investigação policial concluir por fogo posto o município irá “apresentar queixa junto do Ministério Público para que sejam encontrados os autores materiais deste incêndio”.
A construção do centro de acolhimento e bem-estar animal foi iniciada em dezembro, num investimento de 370 mil euros, num terreno com aproximadamente 4.070 metros quadrados de área total na Rua da Portela, na freguesia de Cardielos, sendo confinante com a Autoestrada 27 (autoestrada do Vale do Lima).
A construção do novo equipamento, cujo prazo de conclusão foi prorrogado por “falta de mão de obra e materiais de construção” é contestada localmente.
Em janeiro, durante uma reunião camarária, Luís Nobre informou o executivo municipal da existência de um abaixo-assinado que, localmente, contesta a construção do equipamento em Cardielos, mas garantiu que “o projeto cumpre a lei”.
O autarca disse não perceber a “dificuldade de aceitação do local quando a escolha do terreno foi feita, com acompanhamento da Junta de Freguesia, com todo o cuidado para garantir o distanciamento aos aglomerados populacionais e para que fosse o menos conflituoso possível”.
Luís Nobre garantiu que o equipamento “não será um canil à moda antiga”, mas um “centro de acolhimento com todas as condições para tratar bem os animais”.