Conferência Aquaculture Horizons 2025 coloca Setúbal no mapa da aquacultura a nível mundial



“Setúbal está neste momento à beira de concretizar o seu grande potencial na aquacultura e uma das peças fundamentais para que isso aconteça é atrair investimento, tecnologia e know-how”, defendeu António Correia, presidente da Associação de Aquacultores de Setúbal, um dos oradores da conferência internacional Aquaculture Horizons, que está a decorreu desde segunda-feira, 28, no Politécnico de Setúbal (IPS).

O evento, que terminou quarta-feira, é um dos mais prestigiados do setor das pescas e aquacultura a nível mundial, reunindo mais de 100 participantes de 25 países, entre profissionais, académicos e representantes da indústria, para uma reflexão conjunta sobre inovações tecnológicas e soluções para uma produção sustentável de produtos do mar, cuja procura tem sofrido um aumento a nível global.

Sobre o contexto atual da aquacultura na região de Setúbal, António Correia, também diretor executivo e fundador da Aquanostra, descreveu um universo de “15 produtores de ostra, de dimensão grande, com projetos para produzir 200, 300, 500 toneladas, e ambição para crescer ainda mais”, sublinhando a importância deste fórum internacional acolhido pelo IPS. “Por um lado, porque permite colocar Setúbal no mapa a nível mundial e, por outro, porque pode eventualmente trazer investidores, para além do conhecimento técnico, que é fundamental”.

Numa altura em que a indústria alimentar se depara com o desafio de aumentar a produtividade sem comprometer os ecossistemas, António Correia defendeu ainda que uma das soluções poderá estar na produção de bivalves. “É a única proteína animal que tem o potencial de ter impacto positivo no meio ambiente, e é uma proteína super saudável, com imensa qualidade, sem os constrangimentos que existem na costa portuguesa para a produção de peixe”, referiu.

Com um programa diversificado, a Aquaculture Horizons 2025 incluiu estudos de caso, workshops, sessões conduzidas por especialistas e debates dinâmicos, proporcionando uma interação próxima entre os participantes, além de amplas oportunidades de networking e de potenciais parcerias entre a academia e as empresas do setor.

Na sessão de abertura, Paul Robert Van Der Heijden, membro do Conselho Consultivo da conferência, agradeceu ao IPS ter proporcionado “um espaço onde diversas vozes podem partilhar investigação pioneira, relacionada com soluções sustentáveis para produtos do mar, e desenhar o futuro da aquacultura juntos.”

Já Luísa Torre, diretora da Escola Superior de Tecnologia de Setúbal (ESTSetúbal/IPS), que está a ser palco da Aquaculture Horizons 2025, sublinhou “o orgulho que significa receber esta conferência. Para nós, IPS, e para toda a região, onde a aquacultura é um setor vital e crescente”. A responsável lembrou igualmente o “forte compromisso do IPS com o desenvolvimento de áreas chave como o desenvolvimento sustentável dos ecossistemas marinhos, a segurança alimentar e a economia azul”, patente nomeadamente no Mestrado em Engenharia e Gestão de Aquacultura, uma formação recente em parceria com a Universidade de Évora.

Ao longo de dois dias de trabalho, foram também dados a conhecer projetos em curso desenvolvidos por investigadores do IPS, nomeadamente sobre a produção de ostras no Estuário do Sado, o papel da aquacultura na disseminação de espécies não indígenas, o potencial antioxidante das plantas halófitas e a utilização de IoT na monitorização de ecossistemas. O programa incluiu igualmente uma sessão de pósteres, com atribuição de prémios, onde foram apresentados cerca de 60 trabalhos de estudantes da Licenciatura em Tecnologias do Ambiente e do Mar do IPS, como forma de valorizar e encorajar a investigação nos vários domínios deste setor.

A conferência contou com o apoio de diversas empresas do setor, a nível nacional e internacional, do centro de investigação MARE-Centro de Ciências do Mar e do Ambiente no IPS e da Câmara Municipal de Setúbal.






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