Conferência de Doha: empresas não querem reduzir pegada ecológica



A maioria das empresas não quer ou não consegue reduzir a sua pegada ecológica, de acordo com um estudo da Ceres e dados revelados hoje pelo Financial Times. De acordo com a Ceres, que avaliou 600 empresas, apenas um terço destas tem um plano para reduzir as emissões de CO2.

“Não estamos a ver muitas empresas a [reduzir as emissões de CO2], nem sequer a estabelecer um prazo temporal com objectivos para esta redução”, explicou Mindy Lubber, presidente da Ceres.

“Acreditamos que as empresas precisam de estabelecer uma meta de 25% de redução para emissões de gases com efeito de estufa, em 2020, a partir da base de 2005, mas não há muitas empresas a fazê-lo”, explicou a responsável.

As empresas com um plano para as alterações climáticas dividem-se entre as que estabelecem objectivos de intensidade de redução de emissões de CO2 e as que têm objectivos temporais. No entanto, elas encontram-se em minoria

Outro relatório, publicado pelo Carbon Disclosure Project (CDP), diz que a maioria das empresas reporta informações sobre a sua pegada ecológica, mas são sobretudo as líderes de mercado que mais esforços fazem para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa. A indústria, na sua globalidade, não está a acompanhar os objectivos que os cientistas consideram essenciais para limitar a subida da temperatura em 2ºC até ao final do século.

Ainda assim, Paulo Dickinson, presidente e um dos fundadores da CDP, explica que há enormes oportunidades para utilizar a tecnologia para reduzir as emissões ligadas, por exemplo, aos transportes.

“Estou confiante no potencial de termos um crescimento saudável e reduzirmos as emissões de CO2 ao mesmo tempo”, revelou.

Hoje, em Doha (Qatar), 190 países vão tentar avançar em acordos que reduzam as emissões de gases causadores de efeito de estufa, na 18ª Conferência das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, o COP18.

Foto: poluição em Taiwan





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