Conferência Desenvolvimento Sustentável: o que foi dito?
“A economia verde é, em primeiro lugar, economia”. A frase de Nuno Lacasta, dita durante a conferência Desenvolvimento Sustentável que hoje decorreu na Culturgest, na Caixa Geral de Depósitos, assenta que nem uma luva às principais ideias discutidas na hora e meia de debate que antecedeu a entrega dos Green Project Awards.
A discussão, sempre moderada por Francisco Ferreira da Silva, subdirector do Diário Económico, foi dividida em dois. Na teoria, falou-se primeiro de sustentabilidade ambiental e, num segundo painel, de sustentabilidade social. Na prática, a conversa passou pela economia verde, empreendedorismo, recursos naturais, políticas de caridade e tecnologia como inclusão social.
O Green Savers recolheu algumas das frases mais fortes dos debates. Leia-as aqui:
“A sustentabilidade nunca foi tão referida e falada como hoje”
“A responsabilidade social e económica é o nosso património”
“A Culturgest é o primeiro espaço cultural português neutro em carbono”
Francisco Viana, director de comunicação e marca da Caixa Geral de Depósitos
“A crise económica e financeira está a fazer cair no esquecimento a crise ambiental. As duas últimas conferências do clima, Durban e Rio, ficaram muito aquém das expectativas da comunidade internacional
“A sustentabilidade não é algo de abstracto e impossível de alcançar, e isso passa por cada um assumir as suas responsabilidades: em casa, no local de trabalho, nas organizações”
Nuno Sequeira, presidente da Quercus
“A ecologia arrancou com os engenheiros florestais, nos finais dos anos 50 e inícios de 60”
“A conferência do Rio 92 é a tentativa dos Estados em recuperar o controlo do conflito entre os economicistas e os ambientalistas”
“O desenvolvimento sustentável não é um problema das empresas, é um problema da salvação da espécie humana”
“O único instrumento que pode ditar uma mudança [neste status quo] é a indústria, o business, o negócio”
João Soares, assessor do conselho de administração da Portucel
“A substituição dos equipamentos é visto como um custo e não como investimento. Mas há no QREN, por exemplo, apoio para as PME. Para a eficiência energética ou saúde. São apoiadas despesas na gestão de resíduos, redução de emissões, mobilidade eléctrica, gestão de água e energias renováveis. Estas despesas podem ser apoiadas entre 45 e 75%”.
Lourdes Hill, Financial Controller da Rede Enterprise Europe, IAPMEI
“Todos nós temos de pensar o tema do parceiro, não podemos perceber de temas de forma balcanizada”
“O estudo de Michael Porter [de 1994, que apontava qual o caminho que Portugal deveria percorrer] dizia: “peguem na fileira floresta, peguem na fileira dos recursos naturais”
“A economia verde é, em primeiro lugar, economia”
“Se de alguma coisa a crise valha, que seja para passarmos a ter a capacidade em olhar para o horizonte”
“Os países em desenvolvimento, que têm dinheiro em caixa, dinheiro vivo, estão a gastar biliões e biliões na gestão de oferta, em infra-estruturas que ainda ninguém sabe o que vão ser”
“Esta crise económica vai passar, mas a crise climática não”
“A crise climática não vai acabar mas, por ironia, a crise económica dá-nos um bocado mais de tempo para nos prepararmos”
“O serviço mais eficiente da Agência Portuguesa do Ambiente é o SEPNA. Tem mais de mil pessoas e, pelo que sei, é o serviço mais concorrido da GNR”
Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente
“Os investimentos das empresas na caridade são muito pouco comunicados”
“Em 2011, em Portugal, as cem principais empresas investiram €100 milhões nas acções de caridade”
“A área de responsabilidade social está a evoluir para um negócio inclusivo”
Nathalie Ballan, partner da Sair da Casca
“Já avaliámos mais de 800 iniciativas e há 50 casos de sucesso de inovação e empreendedorismo”
Nuno Frazão, gestor da área de identificação do Instituto de Empreendedorismo Social
“As redes de cobre continuam a durar, mas a PT investiu, há alguns anos, numa rede de nova geração com um impacto ambiental mais reduzido”
“A PT apoia projectos na área da saúde, educação e inclusão”
“A tecnologia pode ajudar todas as áreas ligadas à sustentabilidade ambiental e social”
Teresa Salema, directora da Fundação Portugal Telecom