Conferência EPIS: Dan Buckley explicou como será a escola do futuro. Conheça-a aqui.
A escola do futuro terá de seleccionar melhor os assuntos que ensina aos alunos, sendo que estes, paralelamente, irão partilhar os conhecimentos e experiências com colegas de todo o mundo.
Estas foram duas das principais ideias que o especialista em educação, Dan Buckley, abordou na primeira conferência internacional que a EPIS (Empresários pela Inclusão Social) promoveu, e que se realizou ontem na Fundação Calouste Gulbenkian.
“Se escolhermos ensinar às crianças muitos assuntos, sem percebermos a importância que eles têm – e até podem nem ser temas importantes para elas –, [certamente que essas crianças] não vão ficar com o essencial. Nem elas nem os pais”, adiantou Buckley.
“Temos de reconhecer as necessidades dos estudantes”, reforçou o responsável, autor do modelo pedagógico Personalization by Pieces e consultor da rede Education Impact.
Buckley disse ainda que, se “por outro lado, os miúdos ouvirem e forem parte do processo de escolha do que vão aprender – e como vão aprender – podemos aprender com eles”.
Assim, o responsável disse que era necessário “estabelecer uma ligação entre as crianças de todo o mundo”, que devem ter acesso “ao trabalho umas das outras, não só das que vivem em Portugal mas também das crianças portuguesas que estão espalhadas pelo mundo”.
“Se eu for uma criança portuguesa e estiver em Nova Iorque, o meu trabalho pode ser visto no Brasil, Portugal ou qualquer outro lugar. Essa criança pode participar no meu trabalho”, revelou.
Antes da conferência, e num artigo de opinião publicado no jornal Público, António Pires de Lima tinha já elogiado a iniciativa Escolas de Futuro, que permitiu “sistematizar, num manual editado em 2009, 130 boas práticas para directores, professores e pais”.
“Queremos que as Escolas de Futuro se construam todos os dias! Por isso, vamos manter viva esta convocatória, para a qual contamos com um compromisso cívico empenhado de todos”, alertou.
A conferência, recorde-se, reuniu alunos, professores, investigadores, empresários, cidadãos com experiência governativa e sociedade civil e discutiu o caminho para a construção das Escolas de Futuro.
Os principais temas abordados na conferência– e as respectivas conclusões – podem ainda ser debatidos e discutidos na página da Escolas de Futuro no Facebook. Aqui: www.facebook.com/escolasdefuturo.
Buckley, vencedor de vários prémios ligados à área da educação e com uma vasta experiência na promoção da inovação no ensino e na aprendizagem, é actualmente colaborador da Microsoft no projecto “Bulding Schools for the Future”, o maior investimento dos últimos 50 anos do Governo britânico na melhoria dos estabelecimentos de ensino.
A associação EPIS foi criada em 2006, por parte de um grupo de dez empresário e gestores portugueses, para dar resposta à convocatória que o Presidente da República tem vindo a fazer, desde o início do seu mandato, no sentido de um novo olhar sobre a escola, mais ligado à comunidade e que incida num modelo de inovação social.
No seu acto funcional, como missão prioritária, os dez empresários fundadores estabeleceram que a actividade da EPIS se deveria centrar na educação e, especificamente, no combate ao insucesso e ao abandono escolares.
Nos últimos quatro anos, a EPIS investiu mais de 10 milhões de euros na promoção da Educação Pela Inclusão Social.
Hoje, a EPIS acompanha 10 mil alunos em oito concelhos do País, aconselhando os alunos sobre como ganhar responsabilidades e horários de estudo.