Conferência mundial sobre vida selvagem começa hoje em Samarcanda



Reforçar a proteção de espécies ameaçadas e estabelecer novos regulamentos do comércio de animais e plantas são temas em debate a partir de hoje em Samarcanda, Uzbequistão, na 20.ª Conferência das Nações Unidas sobre a Vida Selvagem (COP20).

Até 05 de dezembro, delegações de 184 países e a União Europeia vão estar reunidos na 20ª Conferência das Partes da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES), uma conferência também conhecida como Conferência Mundial da Vida Selvagem.

Com uma proposta de agenda extensa, segundo a organização, as delegações devem debater, entre outros temas, a inclusão do Ocapi (espécie natural da República Democrática do Congo) na lista de espécies ameaçadas e a proteção de iguanas das ilhas Galápagos e de dezenas de espécies de tubarões e raias.

A organização propõe também debater, além do financiamento, temas como o papel da CITES na redução de riscos de futuras doenças zoonóticas [doenças com origem em animais e transmissíveis a humanos], a redução de riscos para a saúde humana e animal associados ao comércio de animais em extinção, a cooperação no combate aos crimes contra a vida selvagem e o apoio das novas tecnologias ou a revisão das leis sobre o comércio ilegal.

Além de questões mais específicas, como o comércio ilegal de chitas, o comércio de cágados e tartarugas de água doce ou a conservação de abutres, elefantes, leões africanos, leopardos e rinocerontes, estão ainda em agenda temas como o destino de espécies confiscadas, o comércio de corais ou o transporte de espécimes vivos.

Sob o slogan “CITES aos 50 anos em Samarcanda: Unindo a Natureza e as Pessoas”, a COP20 (conferência das partes, como nas conferências do clima, em que se diz partes e não países porque há regiões a integrar a conferência, como a União Europeia), reúne milhares de cientistas mas também especialistas em direito, fiscalização e comércio, em representação de países e regiões mas também de universidades, organizações não-governamentais, empresas e sociedade civil.

A conferência deverá discutir mais de 100 temas e tem centena e meia de documentos de trabalho. Estarão em debate 51 propostas de regulação do comércio internacional, a grande maioria sobre a fauna.

A CITES é um acordo internacional entre governos para garantir que o comércio internacional de espécimes de animais e plantas selvagens não ameace a sobrevivência das espécies.

A convenção foi criada por uma resolução adotada em 1963 numa reunião de membros da UICN (União Internacional para a Conservação da Natureza). O texto da Convenção foi aprovado em 1973 e entrou em vigor em 1975.

A CITES estima que o comércio internacional de animais selvagens movimente anualmente milhares de milhões de dólares. Inclui desde animais e plantas vivos a produtos derivados da vida selvagem, como alimentos, artigos de couro exótico, instrumentos musicais de madeira ou objetos de decoração para turistas e medicamentos.

A CITES concede diferentes graus de proteção a mais de 40.000 espécies de animais e plantas, quer sejam comercializadas como espécimes vivos ou produtos derivados.






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