COP16: Falta de consenso sobre financiamento ameaça metas de proteção da biodiversidade



O Fundo Mundial para a Natureza advertiu ontem que a falta de consenso sobre o financiamento suficiente para combater a perda de espécies pode colocar em risco as metas do Quadro Global da Biodiversidade.

O alerta foi feito um dia antes da retoma das negociações, em Roma, Itália, da 16.ª Conferência da Convenção das Nações Unidas sobre Biodiversidade, a COP16, depois do impasse negocial na conferência em Cali, na Colômbia, em novembro.

O desafio, na capital italiana, que acolhe a segunda ronda de negociações da COP16 até quinta-feira, é aprovar os fundos para a proteção da biodiversidade para os próximos cinco anos que os países do sul reclamam e que, segundo estimativas, ascendem a pelo menos 200 mil milhões de dólares (191 mil milhões de euros) anuais.

Para o Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês), a falta de consenso sobre o financiamento pode representar “um grave revés para a colocação em marcha das metas do Quadro Global da Biodiversidade”.

Este acordo, estabelecido na COP15, em 2022, no Canadá, definiu metas para 2030 e 2050, incluindo a proteção de 30% do planeta, em terra e no mar, e a recuperação de 30% dos ecossistemas degradados.

“O Quadro Global da Biodiversidade não é só um conjunto de aspirações: é o nosso guia para um futuro mais sustentável e equitativo”, assinalou a diretora-geral da WWF Internacional, Kirsten Schuijt, citada pela agência noticiosa Efe.

No entanto, para o movimento Survival Internacional, o Quadro Global da Biodiversidade continua a ser “profundamente defeituoso” e poderá originar “graves abusos sobre os direitos humanos dos povos indígenas”.

Para o movimento, colocar 30% de áreas em terra e nos oceanos sob algum tipo de proteção da biodiversidade significa “mais expulsões de povos indígenas e outras populações locais dos seus territórios de origem”.

De acordo com a Survival Internacional, que luta pelos direitos dos povos indígenas, a estrutura e o funcionamento do Quadro Global da Biodiversidade estão “fortemente enviesados em relação ao financiamento das áreas protegidas” e “ignoram os abusos bem documentados dos direitos humanos associados tanto à criação das áreas protegidas como às organizações específicas que as administram”.





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