COP28: Transição energética tem de envolver a sociedade



Especialistas em energia sublinharam hoje a urgência da transição energética para combater as alterações climáticas e alertaram que esta requer tecnologia, mas também implica envolver a sociedade e mudar comportamentos.

Energia foi hoje o tema em destaque na 28.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), a decorrer no Dubai.

Num debate promovido pelo Laboratório Nacional de Energia e Geologia, no Pavilhão de Portugal, vários especialistas sublinharam a urgência da transição energética.

No entanto, trata-se de um desafio que não passa apenas pela tecnologia, sublinhou o secretário-geral da European Energy Research Alliance, Adel El Gammal, argumentando que a transição “tem de ser social”.

O desenvolvimento tecnológico deve ser o promotor da transição energética numa perspetiva global, mas esse processo envolve “investigar uma série de áreas que não estão relacionadas com a tecnologia”.

A perspetiva foi partilhada por Nelson Lage, presidente da Agência para a Energia (ADENE), que defendeu, por um lado, a necessidade de uma “enorme transformação nos comportamentos” e, por isso, de um compromisso transversal a toda a sociedade.

“Temos de envolver as comunidades em vários níveis”, sublinhou o presidente da ADENE, que defendeu também a democratização da energia, justificando que “não pode ser apenas para a indústria”.

A aceitação do público foi, precisamente, um dos desafios apontados pelo subdiretor-geral de Energia e Geologia (DGEG), referindo que, apesar de Portugal estar na dianteira no que respeita à transição energética, continua a ser necessário sensibilizar a população.

“Temos de comunicar com os locais, convencer as pessoas de que é positivo investir em energias renováveis”, disse Bruno Sousa, apontando também a necessidade de agilizar os processos de licenciamento, outro dos obstáculos à rápida transição, e de inovação.

Sobre o tema da inovação e da investigação, Adel El Gammal explicou que a aliança europeia se tem focado sobretudo na redução da dependência energética.

Outro dos desafios foi apontado por Jorge Cristino, da Empresa de Desenvolvimento Mineiro, que sublinhou que os recursos não estão igualmente disponíveis em todo o mundo e, por isso, defendeu que a transição energética depende de dois fatores: paz e parceria.

“Isso é muito importante. Esta transição só é justa se tivermos, pelo menos, estes dois fatores, porque precisamos dos recursos que estão em diferentes regiões do mundo”, justificou.





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