Costa elogia parceria Fundação Champalimaud/Phillips para descarbonização
O primeiro-ministro elogiou hoje o acordo de parceria entre a Fundação Champalimaud e a multinacional Phillips para a redução da pegada ambiental, em 50% nos próximos cinco anos, resultante das emissões provenientes de equipamentos pesados de saúde.
Após a assinatura do acordo de parceria, que também envolveu a Deloitte, a quem cabe aferir e traduzir em números os resultados do processo de descarbonização durante os próximo cinco anos, António Costa encerrou a sessão com um discurso em que alertou para a necessidade de o combate às alterações climáticas ser travado de forma transversal, envolvendo indústrias, instituições de saúde e as próprias famílias ao nível do consumo doméstico.
O líder do executivo começou a sua intervenção com uma nota de humor em que observou “o otimismo confiante” da presidente da Fundação Champalimaud e conselheira de Estado, Leonor Beleza, em matéria de condições climáticas ou meteorológicas, numa alusão ao facto de a sessão ter decorrido num dos jardins do espaço da fundação após vários dias de chuva em Lisboa.
“Este acordo é particularmente relevante, não apenas pelos efeitos que produz, pela forma inteligente como é concebido, mas também por chamar a atenção para uma dimensão pouco visível no que respeita ao combate às alterações climáticas. Para alcançarmos os objetivos temos de prosseguir um conjunto de medidas de forma transversal”, advertiu.
De acordo com o primeiro-ministro, uma das linhas de combate às alterações climáticas passa pelo aumento da eficiência energética ao nível dos equipamentos, em particular no setor da saúde.
“Muitas vezes desvalorizamos o peso que os equipamentos têm nas emissões de carbono diretamente ou indiretamente. Por isso, este acordo, focado precisamente na redução em 50% das emissões de carbono com o funcionamento de equipamentos fundamentais para o sistema de saúde, é mesmo da maior importância”, considerou, antes de se referir a vantagens também no que concerne à economia circular.
“É importante para a reutilização de um conjunto de materiais críticos, que estão instalados e que são essenciais ao funcionamento dos dispositivos. Esses materiais são também eles próprios poluentes e, principalmente, cujo processo de extração e tratamento é identificado pelas Nações Unidas como uma das maiores fontes de emissão de carbono”, realçou.
No discurso de abertura da sessão, a antiga ministra Leonor Beleza destacou a importância de se reduzirem as emissões poluentes através da renovação de equipamentos pesados de saúde – equipamentos caracterizados por um consumo intensivo de energia.
Já no que respeita ao teor do acordo de parceria com a multinacional holandesa, Leonor Beleza salientou estar-se em presença de um mecanismo de autorregulação entre os diferentes intervenientes, “sem qualquer intervenção exterior”.
“Não esperamos incentivos fiscais ou auxílios estatais”, declarou na presença do primeiro-ministro.
A presidente da Fundação Champalimaud fez ainda questão de frisar que, nesta parceria com a Phillips, haverá um acompanhamento por parte da Deloitte, que aferirá se a meta de descarbonização, particularmente em matéria de emissões a partir de equipamentos de imagiologia, está ou não a ser cumprida em relação ao objetivo: “Redução da pegada ambiental em 50% nos próximos cinco anos”.
“Este acordo tem consequências financeiras. Se os objetivos não forem atingidos haverá uma redução dos pagamentos”, acrescentou a antiga dirigente social-democrata e atual membro do Conselho de Estado.