Costa Rica quer banir plásticos descartáveis



Há precisamente um ano, a Costa Rica foi notícia por se ter revelado um país pioneiro a nível mundial na utilização de energias renováveis. Agora, o país volta a destacar-se em matéria de políticas ambientais ao anunciar uma importante decisão contra o desperdício de plástico: quer ser um dos primeiros países no mundo a eliminar totalmente os plásticos descartáveis.

Uma medida semelhante já foi adoptada no ano passado por França, o primeiro país do mundo a proibir a venda de copos, taças, pratos, talheres e outros utensílios descartáveis de plástico, apresentando uma nova legislação que está a ser progressivamente implementada até 2020, dando tempo aos fabricantes e aos estabelecimentos comerciais para se adaptarem às novas regras.

De forma semelhante, a nação centro-americana pretende substituir produtos como sacos de plástico, palhinhas, pratos, talheres de plástico e até os pauzinhos para mexer o café por alternativas biodegradáveis ​​ou solúveis em água, ou por produtos de materiais renováveis, de origem vegetal​ (como amido de milho ou amido de batata).

A iniciativa é liderada pelos Ministérios da Saúde e Meio Ambiente e Energia da Costa Rica com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e dos governos locais, da sociedade civil e de vários grupos do sector privado.

Numa declaração conjunta do ministro do Meio Ambiente e Energia, Edgar Gutiérrez, ministro da Saúde, María Esther Anchía, e Alice Shackelford, representante residente do PNUD Costa Rica divulgada pelas Nações Unidas podemos ler: “Não vai ser fácil, e o governo não pode fazê-lo sozinho. E para promover essas mudanças, precisamos que todos os sectores – públicos e privados – se comprometam com acções para substituir o plástico de uso único por cinco acções estratégicas: incentivos municipais, políticas e directrizes institucionais para fornecedores, substituição de produtos plásticos de uso único, pesquisa e desenvolvimento e investimento em iniciativas estratégicas. Também precisamos da liderança e participação de todos: mulheres, homens, meninos e meninas”.

Há 10 anos que Costa Rica leva muito a sério a protecção ambiental. O país planeia ser neutro em carbono até 2021, em parte por abandonar combustíveis fósseis. Ainda assim, são as próprias autoridades governamentais a reconhecer que o que têm feito ainda não é suficiente.

“Embora o país tenha sido um exemplo para o mundo ao reverter a desflorestação e duplicar a sua cobertura florestal de 26 por cento em 1984 para mais de 52 por cento este ano, hoje um quinto das 4.000 toneladas de resíduos sólidos produzidos diariamente não é colectado e acabando nos rios, praias e florestas costarriquenhas”, afirmam no mesmo comunicado.

“Os plásticos de uso único são um problema não só para a Costa Rica, mas também para o mundo inteiro. Estima-se que, se o padrão de consumo actual continuar, até 2050 haverá mais plástico em nossos oceanos do que o peixe. Por essa razão, iniciamos a nossa jornada para transformar a Costa Rica numa zona livre de plástico”.

Foto: UNDP





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