COVID-19. Como as águas de Yellowstone ajudam a combater o vírus
Thomas Brock, microbiólogo, estava a percorrer o Parque Nacional de Yellowstone, considerado o mais antigo do mundo, na década de 1960, quando encontrou uma espécie de bactéria que viria a transformar a ciência médica.
Brock estava a investigar pequenas formas de vida que conseguem sobreviver nas águas termais do parque (a temperatura pode ultrapassar os 90 graus) quando encontrou esteiras douradas de crescimento filamentoso, na Mushroom Spring de Yellowstone, que contêm um micróbio que produz enzimas incomuns e resistentes ao calor.
Hoje, estas enzimas são um componente chave na reação em cadeia da polimerase, ou PCR, um método amplamente utilizado nos laboratórios do mundo inteiro para estudar pequenas amostras de material genético através da criação de milhões de cópias.
Esta técnica está agora a ser usada para potenciar o sinal do vírus em grande parte dos testes disponíveis para a COVID-19. “Eu sempre vi a minha descoberta como um bom modelo para estudar a biologia molecular da vida em altas temperaturas”.
“A descoberta (neste território de 8.980 km2) mostrou que outros investigadores estavam errados sobre os limites de temperatura em que pode haver vida”, acrescentou o microbiólogo à BBC.
O parque encontra-se em cima de um supervulcão. A caldeira vulcânica de Yellowstone, cujo último evento eruptivo ocorreu há 640.000 anos, é o maior sistema vulcânico da América do Norte. Um novo evento eruptivo em Yellowstone poderia provocar uma grande mudança na paisagem e no clima, com consequências globais.