Crianças portuguesas estão cada vez mais sedentárias, diz estudo



O estudo foi desenvolvido por uma equipa de investigadores do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde (CIAS) da Universidade de Coimbra, tendo as conclusões apontado para um maior sedentarismo nas crianças naquela faixa etária, resultados que a coordenadora da investigação, Cristina Valdez, considera como “assustadores”.

A pesquisa, financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), envolveu 9.032 crianças de escolas de todo o país e foi apresentada na conferência da International Society of Behavioral Nutrition and Physical Activity, em Edimburgo, na Escócia, no passado mês de Junho, avança o Diário Digital.

Os investigadores, que tiveram como referência o limite estipulado pela Academia Americana de Pediatria (em que as crianças não devem ultrapassar duas horas por dia a ver televisão), compararam os comportamentos sedentários das crianças portuguesas entre 2002 e 2009, por nível socioeconómico dos pais.

A investigadora adiantou que as conclusões do estudo apontam para o facto de o número de crianças que vê televisão mais de duas horas por dia ter aumentado 12% durante a semana, 15% ao sábado e 17% ao domingo entre 2002 e 2009.

“As crianças cujos pais têm baixo nível de instrução são as que passam mais tempo a ver televisão”, adiantou Cristina Valdez, frisando que, no que diz respeito ao uso do computador, “a situação piora”.

“Enquanto em 2002, as crianças pobres praticamente não utilizavam o computador, em 2009, cerca de 19% destes miúdos gastou mais de duas horas por dia no computador, reflectindo o ‘efeito Magalhães’, em resultado da estratégia do Governo de atribuir estes dispositivos [computadores] aos alunos do ensino básico”, sublinhou a investigadora.

No que diz respeito à prática de desporto após o período escolar, a pesquisa revelou que “só metade das crianças é que tem atividade física fora da escola, sendo que, nos níveis socioeconómicos mais desfavorecidos, a percentagem de crianças que não pratica desporto disparou, passando de 36% (em 2002) para 80% (em 2009).

Na sequência das conclusões do estudo, explica o agregador O Meu Bem Estar, a investigadora Cristina Valdez alertou para o facto de estes comportamentos virem a determinar os hábitos na vida adulta.

Foto: Marina Kuperman Villatoro / Creative Commons





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