Cura para a diabetes pode estar numa planta
A cura para a diabetes pode residir num composto encontrado na harmal, uma planta comum do Médio Oriente. Um grupo de investigadores experimentou 100.000 remédios a fim de desvendar o mais eficaz na luta contra a diabetes. A conclusão é que a substância mais eficaz é a encontrada na harmal: a harmina, que também pode ser encontrada nas videiras sul americanas.
O estudo, elaborado na Faculdade de Medicina de Icahn, integrada no Hospital Monte Sinai, nos Estados Unidos, revelou que a harmina é capaz de promover a multiplicação das células beta do pâncreas e de controlar os níveis de açúcar no sangue.
Segundo o agregador O Meu Bem Estar, a diabetes é uma doença que afecta 38 milhões de pessoas em todo o mundo. A patologia manifesta-se quando as células beta do pâncreas deixam de fabricar insulina. Como consequência, essas pessoas tornam-se incapazes de controlar os níveis de açúcar sanguíneos, pelo que são obrigadas a injectar ou tomar insulina para compensar.
Assim, a solução para a doença passa por encontrar uma forma capaz de multiplicar as células beta produzidas pelo pâncreas dos doentes. De acordo os investigadores da Faculdade de Medicina de Icahn, a molécula de harmina permitiu aumentar três vezes a produção de células beta em ratos geneticamente modificados para processar a informação da diabetes humana.
Embora a multiplicação de células beta seja vista como a abordagem mais óbvia para o tratamento da doença, todas as tentativas feitas no passado com vista a esta multiplicação tiveram um sucesso modesto, já que a sua programação genética única faz com que as células resistam fortemente à divisão na idade adulta.
Assim, esta é uma vitória inédita para os cientistas. “As nossas conclusões demonstram que a harmina consegue levar à proliferação de células beta a um nível que pode ser relevante para o tratamento da diabetes”, indica Andrew Stewart, investigador principal do estudo, cita o El País. “Apesar de ainda haver muito trabalho pela frente para melhorar a especificidade da harmina, bem como a sua potência e a de outros compostos a ela associados, acreditamos que estes resultados representam um passo em frente fundamental para um futuro tratamento mais eficaz desta doença”, indica o investigador.
Foto: Ostenfuchs / Creative Commons