Custos dos impactos ambientais na actividade das empresas duplicam a cada 14 anos



Os custos dos impactos ambientais da actividade das empresas estão a duplicar a cada 14 anos e as empresas devem preparar-se para aumentos de custos ambientais externos que, actualmente, não aparecem na maioria das demonstrações financeiras. Estas é a principal conclusão de um estudo recente da consultora KPMG, que urge as empresas e os legisladores a tomar decisões estratégicas conjuntas e a agir preventivamente.

Denominado “Espere o inesperado: construir valor económico num mundo em mudança”, o estudo explora questões como as alterações climáticas, energia e volatilidade do petróleo, disponibilidade de água e custo e disponibilidade de recursos, bem como crescimento da população que dá origem a novos centros urbanos.

O relatório examina como essas forças globais podem afectar o comércio e a indústria, calcula os custos ambientais para as empresas e as urge as empresas e os legisladores a trabalhar mais estreitamente para atenuar os riscos futuros e aproveitar as oportunidades.

“Vivemos num mundo com recursos limitados. O rápido crescimento dos mercados em desenvolvimento, as alterações climáticas, e as questões de segurança energética e da água estão entre as forças que exercem uma enorme pressão sobre os negócios e a sociedade”, explicou o presidente da KPMG Internacional, Michael Andrew, referindo-se às principais conclusões do documento.

“Sabemos que os governos sozinhos não podem enfrentar esses desafios. As empresas devem assumir um papel de liderança no desenvolvimento de soluções que ajudarão a criar um futuro mais sustentável. Ao alavancar sua capacidade de melhorar os processos, criar eficiências, gerir riscos e promover a inovação, as empresas vão contribuir para a sociedade para o crescimento económico de longo prazo”, continuou o responsável.

Analisados em 11 sectores chave da indústria, o estudo conclui que os custos ambientais externos, que hoje muitas vezes não são evidenciados nas demonstrações financeiras, subiram em 50%, de €426 (R$ 1.024) para €636 (R$ 1.530) em oito anos (2002 a 2010), estimando, em média, uma duplicação destes custos a cada 14 anos.

O relatório calculou que, se as empresas tivessem que pagar todos os custos ambientais da sua produção, perderiam em média €0,30 cêntimos por cada €0,75 ganho (R$74 por cada R$1,80).

O estudo identificou ainda dez megaforças que irão afectar significativamente o crescimento das empresas, a nível global, nas próximas duas décadas. Leia o estudo e conheça cada uma dessas megaforças.

“Sem um plano de ação nem planeamento estratégico, os riscos vão multiplicar-se e vão perder-se oportunidades. As empresas reconhecem que há valor e oportunidade para a responsabilidade além dos resultados do próximo trimestre; e que o que é bom para as pessoas e para o planeta também pode ser bom para a estratégia de longo prazo e para o valor accionista “, disse Yvo de Boer, Assessor Especial da KPMG para as Alterações Climáticas e Sustentabilidade.

Por fim, o responsável concluiu que essas megaforças globais da sustentabilidade vão aumentar significativamente a complexidade do contexto dos negócios.





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