Das estrelas aos algoritmos: Oeiras reforça título de “capital da ciência”

Está lançado o convite para explorar, ao longo de cinco dias, as diferentes dimensões da Ciência: enquanto parceira do quotidiano e motor do progresso, enquanto arte, literatura e filosofia, enquanto princípio e fim. A partir de hoje e até domingo (21 a 25 de maio), a primeira edição do Oeiras Valley Science Festival transforma o Taguspark num laboratório vivo, onde estudantes, famílias, investigadores e empresas têm encontro marcado com a inovação e a criatividade, foi divulgado em comunicado.
Segundo a mesma fonte, com curadoria do físico Vítor Cardoso, atual Bohr Professor no Instituto Niels Bohr – Universidade de Copenhaga, e direção científica de Alexandre Quintanilha, investigador e ex-deputado à Assembleia da República, o Festival assume como tema central a Inteligência Artificial.
No total, mais de 80 convidados nacionais e internacionais, assim como meia centena de parceiros institucionais e empresariais, estarão reunidos em torno da temática que tem marcado o debate científico e que é, por isso, “estrela” de uma programação inteiramente dedicada às áreas STEAM – Science, Technology, Engineering, Art and Mathematics.
Apostar na edução científica para investir no futuro
Organizado pelo Município em parceria com o Taguspark – e contando com a The Science Project (subsidiária da The Book Company) como promotora –, o Oeiras Valley Science Festival insere-se numa estratégia de promoção da ciência, tecnologia e inovação enquanto motores de desenvolvimento económico e social.
Isaltino Morais, Presidente da Câmara Municipal de Oeiras, sublinha que “o concelho tem vindo a afirmar-se como um dos principais hubs de ciência e tecnologia do país. O Festival é reflexo desse compromisso, ao criar uma plataforma que aproxima a comunidade, inspira vocações e consolida o papel de Oeiras como território de conhecimento.” O autarca considera, ainda, que “apostar na educação científica é também investir num futuro mais justo, inovador e sustentável.”
Paulo Ferreira, promotor do Festival, partilha da convicção “de que a ciência, a inovação e a tecnologia devem estar ao alcance de todos – sobretudo das novas gerações”, acrescentando que “o Oeiras Valley Science Festival é uma montra do que de melhor se faz em Oeiras enquanto ecossistema tecnológico e científico de referência.”
O diretor geral da The Science Project refere também que “a iniciativa nasce do desejo de criar um espaço de descoberta, onde temas como a inteligência artificial deixam de ser abstratos para se tornarem ferramentas concretas do presente e para o futuro.”
“A inteligência artificial tem sido uma das forças mais transformadoras da sociedade”, remata Alexandre Quintanilha, diretor científico do Festival. “Ao trazê-la para o centro do debate público, especialmente junto dos jovens e das escolas, estamos a estimular o pensamento crítico, o fascínio pela ciência e a preparação para um mundo em constante evolução. Os próximos dias representam uma oportunidade rara para cruzar conhecimento, ética e criatividade num só espaço”, conclui.
Festival desafia alunos a construir robôs ou a revelar impressões digitais
Entre quarta e sexta-feira, a programação é especialmente dedicada às visitas escolares, estando confirmada a passagem pelo Taguspark de 6.100 alunos – do pré-escolar ao ensino secundário –, oriundos de 48 estabelecimentos de ensino.
Ao longo de uma verdadeira maratona de oficinas experimentais, demonstrações e experiências interativas, diferentes parceiros unem forças para estimular a curiosidade científica e mostrar como a ciência e a tecnologia são instrumentos fundamentais para interpretar o mundo e imaginar o futuro.
Através do percurso pelas diversas estações, tendas e laboratórios, estudantes dos três aos 18 anos terão a oportunidade de construir robôs com materiais reciclados, iniciar-se no mundo da programação, revelar impressões digitais pedalar para gerar energia, criar obras de arte digitais, observar o microscópio, desafiar a gravidade, entre muitas outras possibilidades.
A organização conta, na dinamização destas atividades, com o apoio de centros de investigação, empresas tecnológicas e instituições, como a Ciência Viva, a Science4you, a Polícia Judiciária ou o NUCLIO. Para levar a Academia “às ruas”, marcam também presença o Instituto Superior Técnico, a Faculdade de Motricidade Humana, a Atlântica – Instituto Universitário e o ITQB NOVA.
Um fim de semana para observar as estrelas e debater a IA
Durante o fim de semana, a programação ganha novos contornos e o Taguspark abre portas ao público em geral, desafiando a refletir sobre aplicação da IA no passado, presente e futuro, e conhecer a aplicação destas ferramentas em múltiplos setores: da arte à banca, passando pelo espaço e as neurociências, até ao clima ou à produção alimentar.
Conferências, painéis de debate e conversas com cientistas, investigadores, artistas e comunicadores de ciência, nacionais e internacionais, preenchem dois dias pensados para acolher especialistas e curiosos, famílias e amigos.
Explorar a noite estrelada com recurso a um telescópio, descobrir a beleza das pequenas coisas numa conversa entre Ricardo Araújo Pereira e Fredrik Sjöberg, ouvir as últimas novidades sobre vida além da terra com a astrofísica e professora do MIT Sara Seager. São apenas algumas das sugestões da primeira edição do Oeiras Valley Science Festival, que tem entrada gratuita (mediante reserva em algumas atividades com limitação de lugares). A programação completa e atualizada pode ser consultada em oeirasvalleysciencefestival.com.