De Veneza para o resto da Europa: o alastrar das marchas anti-turistas



O preço cada vez mais baixo das viagens de avião e as crescentes alternativas low-cost na área do alojamento fomentam o turismo. Em consequência, as cidades da Europa sofrem os efeitos da sobrepopulação, em particular nos meses de verão, e os habitantes locais não estão nada satisfeitos.

Primeiro surgiram pequenos focos de revolta sobretudo em Veneza e Barcelona mas rapidamente a situação evoluiu para medidas mais radicais. O movimento anti-turismo surgiu quando os habitantes de algumas cidades europeias começaram a recear o impacto que o turismo de massas poderia ter ao nível da sustentabilidade e qualidade de vida. Segundo a notícia do The Guardian, os protestantes defendem que a quantidade de turistas que cada cidade recebe se tornou incomportável, prejudicando não apenas o bom funcionamento urbano, mas também o equilíbrio ambiental.

A Organização Mundial de Turismo já se posicionou sobre esta questão afirmando, pela voz do seu secretário-geral, Taleb Rifai, que a situação se pode tornar séria sendo urgente travar por um lado esta “turismofobia” e por outro implementar medidas para diminuir o impacto negativo do número alargado de visitantes que viaja pela Europa. Tudo isto sem pôr em causa o turismo enquanto experiência cultural enriquecedora.

Algumas cidades estão já a implementar medidas que promovem o turismo sustentável. Em Barcelona aumentou-se o número de inspectores para controlarem o negócio de alojamento local ilegal. Em Veneza, estão a ser colocados contadores na rua para controlar e restringir o número de pessoas a circular em cada bairro. Em Dubrovnik, uma cidade que recebe vários paquetes de cruzeiro por dia, o presidente da câmara ordenou a instalação de câmaras de vigilância para controlar e impedir o excesso de pessoas no seu centro histórico, património da UNESCO.

Foto: Creative Commons





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