Decathlon Portugal: no caminho da circularidade impulsionada pelo Prémio Escolha Sustentável

Quando, no início de 2025, a Decathlon Portugal recebeu o Prémio Escolha Sustentável — na categoria “Serviços Circulares: Retoma, Aluguer e Subscrição” — o troféu não ficou a apanhar pó numa prateleira. Dentro da empresa foi entendido como confirmação de que o propósito “tornar o desporto acessível a todos, de forma duradoura” só faz sentido se for acompanhado de uma agenda ambiental ambiciosa. A distinção reforçou o orgulho das equipas, desencadeou uma onda de colaboração entre departamentos e, sobretudo, acelerou a procura dos serviços circulares: em poucos meses aumentou significativamente o número de clientes que alugam material para atividades sazonais ou entregam equipamentos usados para a Segunda Vida, sinais claros de que o mercado responde quando a proposta combina conveniência e responsabilidade.
A confiança exterior ganhou lastro porque traduz a ambição em números, com um plano de ação para reduzir as emissões absolutas de carbono. O primeiro passo: reduzir em 20% até 2026 face a 2021.
“Escolhemos este ano de referência porque, em 2021, obtivemos medições fiáveis e precisas das emissões de carbono para os escopos 1, 2 e 3. A redução de 20% das nossas emissões absolutas de CO2 equivalente ao longo de cinco anos não é um fim em si mesmo. É um marco no nosso roteiro, que visa uma redução de 42% até 2030 para contribuir para a ambição global de neutralidade carbónica até 2050.”
O compromisso da Decathlon de atingir emissões líquidas zero de gases com efeito de estufa em toda a cadeia de valor até 2050 foi aprovado pela SBTi.
A robustez dos dados vem de sistemas internos de medição — que incluem inventários de carbono, rastreio de resíduos e contagem de artigos recolocados em circulação — complementados por auditorias independentes, estratégia que a equipa portuguesa está a expandir precisamente para reforçar a transparência reconhecida pelo prémio. Assim, além de emissões e circularidade, a empresa mede o impacto social: quantas pessoas começaram ou retomaram a prática desportiva graças aos seus serviços, unindo compromisso ambiental e inclusão.
Esta mesma lógica norteia o Plano de Transição 2020-2026: mais produtos concebidos para durar, rede de oficinas já capaz de reparar 81 % das referências elegíveis, e eletrificação total das operações logísticas até ao final da década.
O prémio serviu de acelerador: as equipas relatam maior velocidade na passagem de conceitos-piloto a soluções comerciais, sejam tendas reforçadas para múltiplos utilizadores ou bicicletas desenhadas para desmontagem rápida em oficina. A experiência do serviço de Aluguer deu lições que agora alimentam o design — modularidade, padronização de componentes, facilidade de limpeza — para garantir que o mesmo equipamento possa servir vários desportistas durante anos sem comprometer segurança ou prazer de uso.
O futuro traça-se em três frentes. Primeiro, inovação em materiais de baixo impacto (reciclados, biológicos) e processos como tingimento sem água; depois, escala: transformar opções sustentáveis na escolha padrão, levando o Aluguer, a Segunda Vida e a Reparação a todas as categorias e lojas; por fim, colaboração sectorial para resolver nós sistémicos como a reciclagem têxtil em larga escala ou a descarbonização da logística.