Deixem o recife do Amazonas em paz!



No início do ano, a Greenpeace e investigadores de várias universidades brasileiras divulgaram as primeiras imagens do um grande recife de coral na foz do rio Amazonas, descoberto em Abril de 2016. O recife, que se estende do Maranhão ao estado do Amapá, com área total de 9500 km2, equivalente a seis cidades de São Paulo, tinha passado despercebido devido às características da foz do Amazonas, com correntes fortes e águas lamacentas, com lixo, nutrientes e matéria orgânica, o que torna a água bastante turva.

Agora, investigadores, activistas, naturalistas e responsáveis de comunicação juntaram-se para pedir às companhias de petrolíferas para deixarem o Recife de Coral da Amazónia em paz. Como explica a Greenpeace em comunicado, a sua última acção em prol da protecção do recife surgiu em forma de carta aberta, destacando a importância deste ecossistema único e alertando para a ameaça de um derramamento de óleo nas proximidades.

A britânica BP e a francesa Total estão a tentar obter permissão para perfurar petróleo perto do recife, mas este grupo de activistas solicitou a suspensão destes planos, dizendo que “a prioridade deve ser proteger o recife e as águas circundantes para realizar mais pesquisas”.
Esta carta vem assim trazer mais pressão sobre a BP e a Total para cancelarem as perfurações. Até agora, mais de um milhão de pessoas assinaram a petição contra a perfuração de petróleo perto do Recife da Amazónia, e mais de 29 mil pessoas escreveram ao CEO da BP em protesto.

Para os cientistas, o este recife com cerca de mil quilómetros de extensão é um puzzle fascinante, cheio de descobertas surpreendentes. Em apenas alguns dias a explorar o recife, os investigadores acreditam ter encontrado três espécies potenciais de novos peixes, e também dezenas de outros que nunca tinham sido vistos na área anteriormente. Os cientistas acreditam também que este recife é lar de um grande número de peixes ameaçados de extinção, mais uma razão pela qual um derramamento de óleo nas proximidades seria devastador para o meio ambiente.

Esta primeira expedição cobriu apenas uma pequena fracção do recife, pelo que a maioria deste ecossistema ainda está inexplorado, e esperam-se novas e importantes descobertas. A ONG alega, por isso, que se os planos de perfuração da BP e Total seguirem em frente poderão devastar este lugar especial ainda antes de ter havido oportunidade de estudá-lo adequadamente. Acrescentado que “há poucas evidências de que as companhias de petróleo tenham levado a sério o risco de um derramamento, e que nunca demonstraram como conseguiriam lidar com um acidente nas correntes fortes e águas profundas e turvas da foz do rio Amazonas”.

Entretanto, pode assinar aqui a petição para proteger os corais da Amazónia e ver o vídeo divulgado pela Greenpeace:

Foto: Greenpeace





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