Derrame de petróleo na Nigéria contamina terrenos e rios no Delta do Níger
Um novo derrame de petróleo numa instalação da Shell na Nigéria está a contaminar terrenos e um rio, prejudicando a vida dos pescadores e dos agriculturas no Delta do Níger.
De acordo com a agência norte-americana de notícias AP, a Agência de Deteção e Resposta de Derrames da Ngigéria (NOSDRA) anunciou que o derrame vem do pipeline ‘Trans-Niger’, operado pela Shell, que atravessa várias comunidades da área de Eleme, em Ogoniland, um região onde o gigante petrolífero londrino enfrenta há décadas críticas da população sobre derrames frequentes.
O volume do derrame petrolífero ainda não foi determinado, mas os ativistas publicaram já imagens de terrenos poluídos e águas pretas, com peixes mortos à tona, envolvidos pelo crude, que se espalhou por uma área de pelo menos 10 quilómetros.
Os derrames nesta região do Delta do Níger são frequentes devido ao vandalismo dos ladrões de petróleo, mas também por causa da falta de manutenção dos oleodutos por parte das empresas.
“É um dos piores derrames dos últimos 16 anos em Ogoniland”, disse o ativista ambiental Fyneface Dumnamene, que monitoriza a região.
“Já dura há mais um de uma semana, desde dia 11 de junho, expandiu-se para o Rio Okulu, que se junta a outros afluentes e desagua no Oceano Atlântico, afetando várias comunidades e obrigando 300 pescadores a procurarem outras paragens”, acrescentou o ambientalista do Centro de Advocacia Juvenil e Ambiental.
A Shell parou de produzir há mais de duas décadas na região, mas o oleoduto continua a enviar crude desde o local de produção até aos terminais de exportação, sendo permeável a vandalismo e roubos.
A fuga foi entretanto contida, mas tratar dos impactos do derrame vai ser mais difícil, disse o diretor da NOSDRA, o general Idris Musa.
“A resposta está atrasada, mas estamos envolvidos”, garantiu.
De acordo com a AP, a razão para o atraso na resposta estatal vem da desconfiança e de uma relação histórica difícil entre os grupos étnicos minoritários que habitam a região e o governo central, acusado de marginalização da região.
As comunidades “estão muito zangadas com a destruição do seu modo de vida, que resulta da obsolescência do equipamento da Shell e estão preocupadas que o regulador e a companhia digam que houve sabotagem por parte dos residentes”, concluiu Dumnamene.
O motivo da fuga de petróleo está sob investigação e não foi ainda divulgado.