Desastre ecológico na península russa de Kamtchatkano causa morte de animais marinhos
Focas, polvos e ouriços-do-mar mortos cobriram a costa da remota península de Kamtchatka, no Extremo Oriente da Rússia, durante vários dias, um incidente que a Greenpeace classificou de “desastre ecológico”.
“Ocorreu um desastre ecológico em Kamchatka” na zona da praia de Khalatyr (um ponto turístico popular principalmente entre os surfistas) e na baía de Avacha, no Oceano Pacífico, adianta a organização não-governamental, citada pela AFP.
As análises detetaram na água “quatro vezes mais produtos de petróleo e 2,5 vezes mais de fenol”, revela a Greenpeace, referindo que as causas da contaminação ainda não foram apuradas.
A Greenpeace disse ter contactado as autoridades para “pedir uma investigação imediata sobre as causas da poluição, uma avaliação da sua extensão e a eliminação urgente das consequências” do incidente.
As autoridades locais não reportaram recentemente nenhum acidente industrial ou acontecimento incomum.
Anton Morozov, diretor da Snowave, uma das principais escolas de surf da península, publicou no Instagram inúmeras imagens dos danos.
Perante as centenas de milhares de visualizações e partilhas de imagens de carcaças de animais na praia, as autoridades locais publicaram pela primeira vez imagens no Instagram de uma praia ensolarada, afirmando que “a cor da água é normal, o cheiro do ar é normal, a praia está perfeitamente limpa”.
No local, no fim de semana, o governador de Kamchatka, Vladimir Solodov, ameaçou demitir quem tivesse disfarçado a gravidade da situação e prometeu análises para apurar os factos, através de amostras enviadas para Moscovo.
O Comité de Investigação da Rússia também prometeu uma investigação sobre o “possível desastre ecológico” no sábado.
Kamchatka é uma das regiões russas mais remotas e de difícil acesso. Encerrada até à queda da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), porque alberga muitas instalações militares, está agora aberta ao turismo.