Descoberto na Alemanha fóssil de pterossauro com mais dentes do que um tubarão-branco



Os humanos adultos têm, em média, 32 dentes, e um tubarão-branco, cuja grande boca repleta de dentes afiados é uma imagem enraizada na mente de muitos por filmes hollywoodescos como o famoso ‘Jaws’, tem cerca de 300. Agora, um novo fóssil descoberto na Alemanha vem disputar o pódio dos seres com mais dentes.

Trata-se de um pterossauro, um dinossauro com asas membranosas e com capacidade de voar, descoberto numa pedreira em Wattendorf, na Baviera, por uma equipa internacional de paleontólogos. O animal fossilizado terá tido mais de 400 dentes, semelhantes aos dentes de um pente.

Fóssil de pterossauro Balaenognathus maeuseri, com enfoque nas mandíbulas.
Fonte: Artigo

Num artigo divulgado na revista ‘PalZ’, os investigadores explicam que o animal terá vivido no período Jurássico Superior, há cerca de 163 milhões de anos, e que terá tido pernas longas e um bico em forma de espátula, que deverá, em conjunto com os vários dentes muito próximos uns dos outros, ter sido usado para filtrar a água e reter as presas no interior da sua boca. Esta técnica é usada por diversos animais que existem nos dias de hoje, como, por exemplo, o flamingo ou grande criaturas marinhas, como algumas baleias.

Os cientistas dizem que o fóssil se distingue também por estar quase totalmente completo e por apresentar sinais de preservação de tecidos moles, que lhes permitem indicar que o animal terá tido asas formadas por membranas, tal como os morcegos modernos. Dado o estado de conservação quase perfeito, sugerem que o animal terá ficado soterrado por sedimentos momentos após a sua morte.

Fóssil de pterossauro Balaenognathus maeuseri, descoberto na Alemanha.
Fonte: Artigo

David Martill, professor da Universidade de Portsmouth e principal autor do artigo, explica que o calcário em que o fóssil foi criado ajudou a preservar os restos mortais do pterossauro e as suas mandíbulas “são muito longas e cobertas de filas de pequenos dentes finos e em forma de gancho” e terminam numa forma achatada, tal como o atual colhereiro.

É a primeira vez que os cientistas descobrem um fóssil de pterossauro com dentes com essa forma de gancho, que acreditam terem sido usados para capturar pequenos crustáceos, como camarões.

Como muitas grandes descobertas, o fóssil foi encontrado por mero acaso, uma vez que a equipa estava a trabalhar num grande bloco de calcário que continha ossos de crocodilo.

Representação artística do Balaenognathus maeuseri.
Crédito: Megan Jacobs

Um outro pterossauro, descoberto na Argentina, tinha ainda mais dentes, mas os da mandíbula superior era rasos e os da inferior eram mais longos, pelo que o fóssil agora descoberto é o primeiro da sua espécie.

Foi batizado com o nome Balaenognathus maeuseri. O primeiro nome significa ‘boca de baleia’, uma alusão às barbas de queratina que alguns os grandes cetáceos têm nas suas bocas e que lhes permite aprisionar as presas no interior, expelindo a água em excesso por entre os filamentos.

O segundo nome foi dado em homenagem a um dos investigadores envolvido na descoberta, Matthias Mäuser, que faleceu durante a escrita do artigo. “Para preservar a sua memória, batizámos o pterossauro em sua honra”, diz Martill.





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