Designer canadiano quer aproveitar energia gerada pelos nossos pés para electrificar casas e escolas



Já fez as contas à quantidade de passos que dá por ano? Milhão e meio? Dois milhões? Dois milhões e meio? Se o total rondar estes números – e não deve andar longe – então existe uma quantidade enorme de energia que está a desperdiçar.

Este não é um raciocínio que ocorra a qualquer pessoa, mas o estudante de design Taylor Ward, de 22 anos, não tem uma mente vulgar: ele desenvolveu umas palmilhas ultramodernas que produzem electricidade através de minúsculos geradores e capacitadores piezoleléctricos – e há muito que falamos deste “palavrão” no Green Savers.

Mas Ward acredita que esta tecnologia é só o início de algo muito mais vasto. Quando as pessoas conseguirem gerar energia através dos seus sapatos – e ele acredita que poderemos gerar mais de 100W com todos os nossos passos -, poderão facilmente dirigir-se para uma estação de transferência, libertando-a através de uma rede sem fios.

Mais tarde, esta energia seria transferida para as habitações, escritórios e escolas. Para maximizar o tráfego nestas estações, Ward pensou em coloca-las em locais com grande afluência: parques, locais de espectáculos e concertos, estações ferroviárias e rodoviárias e recintos desportivos. As primeiras experiências poderão ser feitas em Vancouver, no Canadá.

“Vancouver é uma das poucas cidades norte-americanas que não tem uma grande auto-estrada a passar no seu centro, o que nos levou a desenvolver uma vida urbana e cultura nómada”, explicou Ward ao CityLab. “E se pudéssemos utilizar estas ruas completamente cheias de pessoas em nossa vantagem?”, questionou.

Ward acredita que estes sapatos especiais não serão muito dispendiosos. “Os sensores piezoeléctricos são baratos, normalmente. O problema está relacionado com a capacidade do pequeno capacitador e o seu custo”, continuou.

“Creio que o produto em si será barato, mas o verdadeiro custo estariam nas estações de transferência”, acrescentou.

A ideia de Ward tem obtido muitos elogios, inclusive na Interaction15, um concurso patrocinado pela Intel e no qual o jovem canadiano encontra-se actualmente nos finalistas – em Fevereiro, em São Francisco, Ward vai lugar pelo principal prémio. Será que uma cidade como Vancouver poderá aproveitar e melhorar a ideia de Ward ou ainda estaremos demasiado longe para conseguirmos gerar energia com o nosso caminhar?

Foto: Josiah Mackenzie / Creative Commons





Notícias relacionadas



Comentários
Loading...