Dez leões mortos no Quénia na última semana, incluindo o mais velho do mundo
No passado sábado, seis leões foram mortos no Parque Nacional de Amboseli, na região sudoeste do Quénia, perto da fronteira com a Tanzânia, depois de os predadores terem matado onze cabras e um cão pertencentes a pastores das aldeias próximas.
De acordo com a Big Life Foundation, organização queniana devotada à redução dos conflitos entre humanos e animais selvagens, um grupo de nove leões jovens terá entrado num cercado na aldeia de Mbirikani durante a noite do dia 12, que continha animais de gado. Depois de muito esforço, elementos da organização e populares conseguiram afugentar três dos animais. Contudo, os restantes seis ficaram, tendo sido possível afastá-los da aldeia, mantendo-os nas instalações cercadas da Big Life Foundation.
Mas durante o correr de sábado, foi aumentando a multidão e, com isso, a tensão. Por fim, o grupo de aldeões conseguiu romper pela vedação onde estavam retidos os leões e matá-los com lanças antes de as autoridades conseguirem transportá-los para outro local.
Informações divulgadas pelo serviço queniano de gestão de vida selvagem indicam o incidente aconteceu dias após outros quatro leões terem sido mortos na mesma região, incluindo um que se considerava ser o mais velho do mundo, com 19 anos e com o nome de Loonkiito, que, segundo o que se sabe, terá entrado numa aldeia nas imediações do parque em busca de alimento.
O grupo queniano conservacionista Lion Guardians, constituído por membros do grupo Maasai, e que se dedica a “salvar os leões da África oriental fora das áreas protegidas”, descreveu Loonkiito como um “símbolo de resiliência e coexistência”, recordando que há uma década os leões na região não passavam dos 10 anos de idade devido à caça e ao abate ilegais.
Depois do sucedido, representantes do serviço de gestão de vida selvagem reuniram com membros das comunidades afetadas pela presença dos leões, afirmando, em comunicado, que “as discussões centraram-se na exploração de formas de minimizar o risco de conflitos entre humanos e vida selvagem, incluindo o desenvolvimento de sistemas de alerta precoce para alertar as comunidades para a presença de animais selvagens nas proximidades”.
A Big Life Foundation diz que o incidente revela a necessidade de implementar programas de proteção de predadores que indemnize os criadores de gado pelos prejuízos resultantes de ataques de animais selvagens.