Dia Mundial da Água: Selectra diz que “o preço da água é bastante desigual” em Portugal
Hoje celebramos o Dia Mundial da Água, um recurso imprescindível à sobrevivência humana, mas que ao que parece não é disponibilizada aos portugueses de igual forma. Isto é, apesar de ser distribuída por todas as habitações canalizadas, a verdade é que os valores pagos por este serviço atingem diferenças inacreditáveis de região para região, existindo consumidores a pagar cerca de 18 vezes mais por este recurso ao contrário de outros que vivem num concelho distinto.
Qual é a lógica por detrás disso? E como é que se pode dar a volta a esta situação? Com o objetivo de ajudar os consumidores a entenderem as suas faturas da água, a Selectra– empresa especializada na comparação de tarifas explica, em comunicado, o funcionamento do setor hídrico em Portugal e dá ainda dicas de como poupar.
Quanta água se consome diariamente em Portugal?
Segundo dados da Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), em 2016 cada português gastava cerca de 187 litros de água por dia, enquanto a média mundial era de 110 litros/dia. O que significa que em Portugal, não se está a fazer uma gestão eficiente deste recurso, acabando isto por ter repercussões não só no meio ambiente, como também no orçamento mensal de todas as famílias.
Ainda assim, o impacto deste consumo é maior ou menor dependendo do concelho em que cada família habite, havendo consumidores a pagar mais de 500€ por 120 metros cúbicos de água por ano, ao mesmo tempo que outros pagam somente 88€ pela mesma quantidade de água consumida, de acordo com um estudo da DECO Proteste.
Como se mede o preço da água em Portugal?
Regra geral, na fatura da água vêm presentes as tarifas de cada um dos serviços de controlo da qualidade da água, assim como as taxas de recursos hídricos, de gestão de resíduos e o IVA.
Ao passo que, a tarifa de controlo de água está ao encargo da ERSAR- Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos, a taxa de recursos hídricos é paga pelas entidades gestoras, e consequentemente pelo consumidor, à Administração de Região Hidrográfica, servindo como um instrumento penalizador pelo impacto nos recursos hídricos devido à sua excessiva utilização. Não esquecendo ainda da taxa de gestão de resíduos, cujo pagamento deve ser revertido para a Agência Portuguesa do Ambiente pela quantidade de resíduos depositados nos aterros.
De salientar também que a generalidade dos municípios incluem nestes serviços, uma taxa de componente fixa e outra variável. Sendo que a taxa fixa ou de disponibilidade, reflete os custos que a entidade gestora detém pela disponibilidade dos seus serviços e a taxa variável, como o nome indica, depende do consumo efetuado e está dividida em escalões, de modo a combater o gasto excessivo de recursos.
Porque é que é desigual em todo o país?
Em Portugal continental, independentemente de cada localidade ter uma entidade responsável por prestar os serviços de água e de gestão de resíduos sólidos, existe uma entidade única responsável por regular, avaliar e fixar as tarifas de todas elas, a ERSAR. Esta procura estabelecer regras comuns de aplicação dos preços, porém estes vão acabar sempre por divergir devido a fatores como a titularidade do sistema e da existência ou não de contratos das entidades gestoras.
No preço cobrado pela fatura da água é incluído um valor mínimo referente aos custos dos serviços suportados por estas entidades. Contudo, como diferem entre concelhos, o montante vai igualmente ser dispar devido a fatores externos ambientais, assim como da distribuição geográfica dos consumidores, que dificultam o processo de abastecimento e controlo deste recurso.
Posso escolher a empresa de água que quiser e pagar menos?
Ao contrário do que acontece com o serviço de eletricidade, o mercado da água é regulado e por isso não existem empresas concorrentes ou ofertas alternativas para o consumidor. Assim, o contrato de água deve ser efetuado com a companhia que esteja responsável pela gestão deste recurso na sua zona de residência.
Como posso poupar água?
Ainda assim, há alguns truques que podem ser postos em prática e que conseguem reduzir significativamente o valor das despesas com a água. Quer saber quais? Ora atente nos seguintes conselhos da Selectra:
1. Escolha dispositivos que sejam eficientes a nível hídrico
Já ouviu falar em redutores de caudal? Estes dispositivos, por introduzirem pressão de ar no fluxo da água, conseguem reduzir o seu volume em mais de 50%, sem que o nível de pressão seja afetado! E para além disso, têm um sistema de fácil encaixe e podem ser adaptados a chuveiros e a todas as torneiras da sua habitação, desde a cozinha ao jardim.
2. Utilize as máquinas de lavar na sua capacidade máxima
Opte pelos programas “ECO” das máquinas de lavar roupa e loiça, utilizando-as apenas quando estiverem completamente cheias. Desta maneira, evita que sejam gastos litros de água apenas para lavar 1 ou 2 peças, e rentabiliza a quantidade de energia gasta.
3. Evite os programas com pré-lavagem
A não ser que as peças estejam visivelmente sujas, não é necessário pré-lavar nem a sua roupa, nem as loiças, já que os programas de lavagem normal são suficientemente potentes para deixarem as peças limpas e sem nódoas, e apenas gastam os recursos hídricos necessários para essa atividade.
4. Tenha cuidado com as descargas do autoclismo
Sabia que uma simples descarga de autoclismo pode gastar entre 10 a 15 litros de água? Isso significa que ao final do dia pode ter dispensado cerca de 100 litros nesta tarefa tão banal, um valor que se aproxima bastante à média mundial de consumo de água diário!
Este valor pode ser, porém, significativamente reduzido caso instale um autoclismo de dupla descarga, uma vez que o dispositivo utiliza praticamente metade da água que de outra forma seria dispensada através de um sistema único.
5. Instale sensores de humidade nos sistemas de rega automáticos
Um sistema de rega automático no jardim pode ser um excelente aliado para poupar nas suas faturas, mas é necessário que este seja utilizado de forma correta!
É verdade que ao usar este sistema consegue controlar o período de tempo que a água está a ser utilizada, mas de facto, não consegue perceber se o seu uso está a ser eficiente. E por isso é que é importante incluir também os sensores de humidade, já que detetam o nível de humidade no solo e só ativam a rega automática quando necessário.
6. Controlo apertado com os gastos
Por fim, faça uma gestão mais controladas das leituras do contador, de modo a poder controlar os dados de consumo e o valor das suas faturas mensais!