Dia Mundial do Mosquito: Novo teste rápido para detetar Dengue



Os investigadores da University of the Sunshine Coast desenvolveram um teste portátil rápido para uma das doenças transmitidas por mosquitos que mais rapidamente se espalha no mundo, na sequência de um financiamento da Bill and Melinda Gates Research Foundation.

O Dia Mundial do Mosquito, celebrado hoje, dia 20 de agosto, assinala a luta contínua contra a Dengue nos países tropicais e subtropicais, pelo que a equipa de investigação da UniSC está a levar as suas descobertas para o nível seguinte.

“Desenvolvemos um teste rápido, com resultados semelhantes a um teste caseiro de COVID-19, para cada um dos quatro tipos de vírus da Dengue”, disse Joanne Macdonald, professora Associada de Engenharia Molecular do UniSC, que recebeu um subsídio da Fundação Gates no valor de mais de US$100.000.

“Os resultados foram suficientemente sensíveis para detetar até pequenas quantidades de material genético viral nos mosquitos, utilizando apenas pipetas (tubos) e um bloco de aquecimento, em vez de equipamento de laboratório dispendioso”, acrescentou, sublinhando que “todo o nosso processo de teste demorou cerca de 35 minutos no local, em comparação com as horas de viagem e o processamento de PCR necessários para a amostragem atual”.

Deteção “mais simples, mais rápida e mais barata”

Segundo a investigadora, o método inovador envolveu um reagente que inativou o vírus durante a amplificação, permitindo uma deteção “mais simples, mais rápida e mais barata, com um nível de sensibilidade mais elevado do que os testes de bastão existentes”.

Em termos práticos, continua, “as pessoas e as autoridades em áreas com poucos recursos podem montar uma armadilha e testar os mosquitos todas as semanas, para verificar se a dengue está presente”.

“Tem o potencial de tornar o rastreio de mosquitos mais acessível, melhorando os esforços de vigilância e controlo em países onde a dengue é endémica”, garante.

A coautora Nina Pollak, que publicou um artigo de colaboração que investiga o potencial de utilização dos testes para detetar a dengue no soro, plasma e sangue humanos, explicou que “os nossos testes proporcionam desempenho e rapidez sem comprometer a especificidade no plasma e no soro humanos e podem tornar-se ferramentas promissoras para a deteção de cargas elevadas de dengue em locais com recursos limitados”.

O próximo objetivo da equipa é combinar cada teste para os quatro serotipos da dengue num único teste, para simplificar ainda mais a deteção.

Madeeha Ahmed, também coautora, sublinhou que os testes tinham como objetivo lançar as bases para futuros estudos centrados na utilização e eficácia reais no terreno. “Esperamos que o valor da nossa tecnologia suscite o interesse dos utilizadores em realizar ensaios no terreno em regiões onde a doença é prevalecente”, afirmou.

De acordo com a OMS, a Dengue é uma doença dolorosa e mortal que infecta até 400 milhões de pessoas todos os anos. É uma infeção viral que se transmite às pessoas através da saliva de mosquitos infetados com o vírus da dengue.

Não existe outro tratamento para além do alívio dos sintomas, que incluem febre alta, dores de cabeça e no corpo, náuseas e erupções cutâneas.

A Professora Associada de Engenharia Molecular do UniSC, Joanne Macdonald publicou o artigo na Gates Open Research com os coautores Madeeha Ahmed e Nina Pollak.

 





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